quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O povo contra Julian A.

Por Walter Hupsel .

Não conheço quase nada de Julian Assange e um pouco sobre o WikiLeaks, uma organização sem fins lucrativos que está abalando o mundo. . Em síntese, Julian A. é o fundador do site, existente há quatro anos, que divulga informações sigilosas de suposto interesse público.

Depois de divulgar, sem muita repercussão, alguns documentos da guerra no Iraque, o WikiLeaks vazou cerca de 250.000 documentos de comunicação entre embaixadas dos Estados Unidos. Foi o bastante para que uma implacável caçada ao site e ao seu fundador fosse empreendida globalmente.

Por isso o primeiro link não funciona mais. O site era hospedado em um servidor da Amazon, que, com a repercussão do caso, resolveu tirá-lo do ar. Depois disso, o PayPal, site de transações financeiras, também passou a boicotar o WikiLeaks, impedindo assim que doássemos dinheiro para este por meio dos seus sistemas.

Mais implacável ainda, as bandeiras Mastercard e Visa, que tinham contrato com a WikiLeaks, decidiram encerrar a parceria, estrangulando ainda mais a parte mais sensível do site, o financiamento (mas ambas aceitam doações para organizações inofensivas como… a Klu Klux Klan). Se quiserem ver até que ponto chegou a caçada, o banco suíço que tinha Julian A. como correntista bloqueou a conta do fundador. Querem matar o site por inanição financeira.

Ação ágil, a despeito da pretensa neutralidade suíça e os tortuosos e lentos caminhos que um país qualquer tem de enfrentar para ter acesso a dados de movimentações financeiras num banco suíço, mesmo com provas de dinheiro sujo, vindo de tráfico de drogas, de mulheres ou de armas. A mesma Suíça que relutou em procurar em seus bancos contas-corrente que financiavam a Al-Qaeda.

Paralelamente, a Suécia, onde a WikiLeaks tinha sede, emitiu um pedido de prisão para a Interpol por um suposto crime de estupro, ou transar sem camisinha – ou de ambos. A essa altura, Julian A. tinha virado um fugitivo internacional, como Joseph Mengele ou Viktor Bout. O Facebook e o Twitter deletaram os perfis de grupos de ativistas que apoiavam Julian A. Uma caçada global e impiedosa contra uma pessoa que cometeu o pior dos crimes: abrir arquivos dos Estados Unidos.

Na manhã de terça-feira (07), ele se entregou em Londres, sem direito a sursis, e ficará em custódia pelo menos por uma semana. Depois, seu futuro é incerto, podendo ser, inclusive, deportado para os Estados Unidos.

Institucionalmente, quase ninguém se manifestou sobre a arbitrariedade da prisão e o absurdo dessas ações de caça. A Repórtes sem Fronteiras manteve o mais absoluto silêncio, assim como outras entidade de defesa da liberdade de expressão. Os chefes de Estado, em geral, se apressaram para criticar o WikiLeaks, e alguns políticos, como Sarah Palin, pediram a cabeça de Julian A., literalmente. Uma das honrosas excessões foi o presidente Lula, que em discurso nesta quinta-feira (09) defendeu com veemência a liberdade de expressão e cobrou uma reação dos veículos de comunicação a favor do “rapaz” do WikiLeaks.

A reação não tardou, e pessoas em todo o mundo atacaram os sites do paypal, da Mastercard, da Visa, do sistema financeiro suíço e da Justiça sueca. Hackers do mundo todo estão sobrecarregando os servidores desses órgãos na tentativa de derrubá-los, e com relativo êxito, no que foi chamado de operação payback (Leia aqui o manifesto) , e sites-espelhos do WikiLeaks estão se proliferando na rede, divulgando as informações que esses governos, e muitos outros, não querem que sejam espalhadas.

Como disse, pouco sei quais seriam os propósitos de Julian A., se desestabilizar o governo de Obama em prol dos histéricos neo-cons ou se ele se imagina como um Codinome V, realmente lutando por transparência nas ações dos governos, com todas as contradições e idiossincrasias.

O fato é que a primeira guerra cibernética está em curso, como mostram as uniões de governos e de grandes empresas e, do outro lado, os outroras dissipados e concorrentes hackers.

A caça a Julian A. e ao WikiLeaks é uma forma de caça à rede, e as ações tendem a ser cada vez a seguir a tentativa de fechar o circuito. Como reza a 3ª Lei de Newton, caberá reações em igual intensidade e em sentido contrário.

De qualquer maneira, Julian A. ganhou a primeira batalha. Os governos agora temem a população, e não o contrário. Longe de tentarem se explicar, de debaterem o teor dos documentos vazados e o porquê das suas ações, criminalizaram a organização. Governos que, em nome de qualquer coisa, segurança nacional, do cuidar da população, se põem como altruístas, como sendo nós mesmos.

Para eles, que talvez evoquem o nosso nome num julgamento de Julian A., ou de qualquer outro criminalizado, deixo uma velha frase de Nietzsche: “O Estado é o mais frio dos monstros, da sua boca sai a seguinte mentira: Eu, o Estado, sou o povo.”

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Fonte Yahoo Colunistas

Conheça Dan Feyer, o craque das palavras-cruzadas

As câmeras estavam programadas para filmar por apenas oito minutos.

"Ah, não vai demorar tanto assim", disse Dan Feyer, insinuando um sorriso.

Arrogância, talvez? A pressão estava montada.

Feyer, 33 anos, um músico calvo e de fala mansa, estava num estúdio fotográfico do "New York Times" para demonstrar um de seus talentos mais esquisitos.

Com o relógio marcando e as câmeras rodando, ele pegou o jogo de palavras-cruzadas.

Não um jogo qualquer, mas o da edição de sábado do "New York Times" - o mais difícil da semana, notoriamente ardiloso e inteligente.

Até mesmo diabólico, diriam alguns.

Uma forma de crueldade mental.

Existem pessoas que passam horas nesse jogo, pessoas que desistem, pessoas que nem chegam perto.

E então existe Dan Feyer.

Sua mão esquerda varria as dicas enquanto a direita se agitava pela grade.

Ele apertou os lábios e fez uma careta.

Apagou algo, e rapidamente preencheu mais quadrados.

Em seguida fez uma pausa, apagou de novo, e voltou a se agitar.

Quase cinco minutos haviam se passado, e ele ainda parecia estar trabalhando no canto superior esquerdo do jogo - geralmente o início.

Ele murmurou algo e apagou mais três vezes.

Estaria em apuros? Ele escreveu alguma coisa, levantou os olhos, largou seu lápis.

Pronto.

Cinco minutos e 29 segundos.

A caligrafia, clara como a de uma freira.

Feyer, usando jeans, tênis e uma camiseta preta, nem transpirava.

Quem é esse sujeito? Que tipo de pessoa sabe o nome da esposa de Gorbachev (Raisa), um sinônimo para desprezível (ignóbil), o treinador dos Rangers em 1994 (Keenan), um elemento do grupo da platina (irídio) e o significado de objurgação (repreensão)? Resposta: o tipo de pessoa que faz 20 palavras-cruzadas por dia (pelo menos 20 mil nos últimos três anos), que venceu o Torneio Americano de Palavras-Cruzadas deste ano e que tem 100 mil palavras-cruzadas armazenadas em seu computador.

"Sinto que quero resolver todas elas, de alguma forma", disse Feyer.

"Eu provavelmente fiz mais palavras-cruzadas do que qualquer outra pessoa no mundo, durante os três últimos anos.

Não sei se isso é algo de que se orgulhar, mas é uma reivindicação de fama".

Ele tem outra vida, como pianista e diretor musical para produções teatrais.

Seus espetáculos mais recentes foram "With Glee", apresentado off-Broadway em Manhattan no último verão, e "Dracula, a Rock Opera", apresentado em Rochester, Michigan, em outubro.

"O diretor musical ensina as músicas aos atores, acompanha-os nos ensaios e conduz a banda", explicou Feyer.

"Na Broadway, diretor musical é o cara com a batuta no fosso da orquestra.

No circuito off-Broadway, é o cara sentado ao piano, conduzindo com a cabeça".

Então como esse cara se tornou um ás das charadas? Além de treinar como um atleta, disse Feyer, o que ajuda é ter "um poder cerebral de base e uma boa cabeça para trivialidades".

Ele sempre tirou notas altas, sobressaindo-se em matemática e música - habilidades que, segundo ele, andam lado a lado com as palavras-cruzadas.

O que as três coisas têm em comum, disse ele, é o reconhecimento de padrões - enquanto começa a preencher uma linha da grade, ele começa a reconhecer possibilidades para as outras palavras, mesmo sem olhar para as dicas, baseando-se apenas em algumas letras.

"Em grande parte do tempo, pessoas que fazem palavras-cruzadas são músicos", afirmou ele, apontando que Jon Delfin, que venceu o torneio sete vezes, é pianista e diretor musical.

"Matemáticos e cientistas da computação também são criadores".

Arthur Schulman, criador de palavras-cruzadas e professor aposentado de psicologia da Universidade da Virginia, que apresentou um seminário chamado "The Mind of the Puzzler" (A mente do solucionador de charadas, em tradução livre), concorda que existe uma forte correlação entre a habilidade com palavras-cruzadas e o talento para matemática e música.

Segundo ele, tudo envolve trabalhar com símbolos que, sozinhos, não possuem significado.

"Há uma conexão básica, mas não estou certo de qual poderia ser", disse Schulman.

"É encontrar significado na estrutura".

Feyer é um relativo novato no mundo das competições de palavras-cruzadas, embora gostasse de todo tipo de charadas desde a infância, quando seus pais lhe deram livros de passatempos para compensar por seu tédio na escola.

Ele cresceu em São Francisco, onde seu pai é advogado municipal de uniões e sua mãe é professora de direito.

Ele tem dois irmãos mais novos - um é consultor gerencial, e o outro é professor de inglês no Butão.

Seu avô, George Feyer, era pianista, e tocou durante décadas nos salões dos mais elegantes hotéis de Manhattan.

Feyer fez faculdade em Princeton, formando-se em música.

Ele resolveu palavras-cruzadas algumas vezes ao longo dos anos, mas não se apegou realmente a elas até ver o filme "Wordplay", de 2006, um documentário sobre palavras-cruzadas, o torneio e Will Shortz - editor de passatempos do "New York Times" e fundador e diretor do torneio.

"Eu não imaginava que existisse todo esse mundo das charadas", disse ele.

Ele comprou um livro de palavras-cruzadas, e então mais um, e começou a acompanhar blogs de palavras-cruzadas e a baixar jogos.

Antes que pudesse perceber, havia se tornado um dos aficionados.

Em 2008 ele entrou em seu primeiro torneio, no qual centenas de pessoas, num salão de baile de hotel, corriam para terminar uma série de palavras-cruzadas.

Ali estava seu nicho: o som de 700 pessoas virando páginas ao mesmo tempo o deixou extasiado.

Ele ficou em "quinquagésimo alguma coisa", disse.

Mas isso o colocou no topo da divisão de novatos à qual ele havia se classificado.

No ano seguinte, ficou em quarto.

Neste ano ele venceu, superando muitos veteranos, incluindo Tyler Hinman, o campeão dos torneios anteriores.

Seu cérebro é apinhado de factoides: nomes de músicas e bandas de rock que viveram e morreram antes de seu nascimento, os mais remotos rios e capitais, equipamentos de esportes estrangeiros, astrônomos falecidos, monarcas depostos, carros extintos, filmes antigos, heróis da mitologia, romancistas obscuros e os incontáveis outros fantasmas que assombram as mentes dos criadores de palavras-cruzadas.

Ele aprendeu seus astutos truques e armadilhas, como usar "number" (inglês para "número") numa dica em que a maioria das pessoas interpretaria como "numeral", mas na verdade querendo dizer "more numb" (inglês para "mais entorpecido", que também pode ser "number").

Ele quase foi desmontado recentemente, por uma dica pedindo por um tipo de roda.

A resposta: raio de roda.

"Passei maus bocados com essa", contou ele.

Cruel? Talvez, disse ele, mas deu de ombros e acrescentou, "Os sábados estão aí para isso".

Toda manhã, ele completa meia dúzia de palavras-cruzadas inéditas e mais algumas da coleção armazenada em seu computador.

As mais fáceis lhe tomam apenas dois ou três minutos.

Ele faz palavras-cruzadas enquanto anda de metrô e enquanto vê TV.

Ele pode fazer mais algumas antes de dormir, e até mesmo levar uma para a cama.

Ele disse que, atualmente, gasta cerca de uma hora por dia com palavras-cruzadas.

"Elas não tomaram conta da minha vida, ou algo assim", disse ele, e acrescentou: "Eu não acho".

Mesmo assim, em seu blog, Feyer descreve a si mesmo como "um músico calmo que desenvolveu um vício por palavras-cruzadas", e posta diariamente suas soluções.

Existe, segundo ele, uma competição amigável entre os principais solucionadores.

Para um jogo de segunda-feira no "New York Times", seu melhor tempo no computador foi de um minuto e 22 segundos.

No papel demora mais, um minuto e 58 segundos, talvez 59.

Seu melhor tempo de todos foi um minuto e nove segundos, para um jogo da "Newsday".

Mas ele admite que, na resolução rápida, você pode perder o momento "a-há!", e a chance de saborear uma solução inteligente.

Outro músico que trabalha na publicação de charadas ajudou Feyer a entregar trabalhos de edição e revisão, como free-lancer, para uma empresa que produz livros de passatempos, e o cadastrou para escrever um livro de caça-palavras.

Ele tentou trabalhar na criação de palavras-cruzadas, mas decidiu que, assim como se sai melhor tocando ou dirigindo músicas do que compondo, ele é melhor em resolver charadas do que em criá-las.

Mesmo assim, ele conseguiu vender algumas palavras-cruzadas, incluindo uma para o "Times"; ela será publicada numa terça-feira, um dia relativamente fácil (as palavras-cruzadas do "Times" ficam mais difíceis a cada dia, com a mais fácil na segunda-feira e a mais complexa no sábado).

Ele levou 20 horas para criá-la, parando e retomando durante seis meses.

O jornal paga 200 dólares por um jogo diário de palavras-cruzadas (ou mil dólares para o jogo grande de domingo).

Podendo escolher, ele prefere resolver palavras-cruzadas num computador.

Em competições, porém, os jogos são feitos em papel, onde as dicas são organizadas de maneira um pouco diferente.

Assim, à medida que se aproxima o torneio anual (o próximo ocorrerá em março de 2011), ele troca para o papel para estar com seu jogo afiado.

Caso contrário, disse ele, "você pode perder preciosos segundos procurando pelas dicas".

Ele escreve com uma lapiseira, do mesmo tipo que usa para marcar partituras musicais.

Ele pretende competir de novo.

"Definitivamente tentarei defender o título", afirmou ele.

Ganhar é divertido, mas é também, segundo ele, "a única forma de ganhar dinheiro com este hobby".

O primeiro prêmio é de US$5 mil.

Ele expressa uma raiva zombeteira ao dizer que os torneios de sudoku pagam bem mais - US$20 mil.

"Não sou muito bom em sudoku", explicou ele.

Ele não joga Scrabble (um tipo de jogo de tabuleiro que envolve formação de palavras).

Esse jogo difere das palavras-cruzadas no tipo de palavras usadas.

"Se eu tentasse memorizar também a lista do Scrabble, isso provavelmente arruinaria minhas chances no campeonato", disse ele.

"Meu cérebro está repleto de vocabulário de palavras-cruzadas".

Ele imagina já ter visto praticamente tudo que poderia aparecer em palavras-cruzadas.

Mesmo assim, continua colecionando-as.

"Algum dia", disse ele, "terei feito todas elas".

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O.O Vivemos num mundo estranho, Charlie Brown...

Fonte Yahoo Notícias

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sexo oral entre morcegos e vida corporativa são estrelas do IgNobel

Carlos Orsi, do estadão.com.br

"Felação entre morcegos frugívoros prolonga a duração da cópula" é o título do artigo científico que levou uma equipe de chineses e britânicos a receber o Prêmio IgNobel de Biologia de 2010. Gareth Jones, da Universidade de Bristol, no Reino Unido, deve comparecer ao ao Teatro Sanders, da Universidade Harvard, nos EUA, para receber a honraria na vigésima cerimônia da premiação, que, segundo seus idealizadores, busca chamar atenção para "descobertas que fazem as pessoas primeiro rir, depois pensar".

J.M.Garg/Reprodução
O morcego Cynopterus sphinx, usado no estudo

Outro destaque da premiação é um artigo de pesquisadores italianos que buscaram uma forma de escapar do chamado Princípio de Peter. Proposto pelo psicólogo canadense Laurence Peter, o princípio costuma ser resumido na afirmação de que, em toda hierarquia, os indivíduos tendem a ser promovidos até atingir "seu nível máximo de incompetência".

"Embora pareça pouco razoável", escrevem os agraciados no artigo "O Princípio de Peter Revisitado: Um Estudo Computacional", "o princípio funcionaria realisticamente em qualquer organização onde o mecanismo de promoção premia os melhore membros" e onde as tarefas do nível superior são muito diferentes das do nível inferior.

O resultado é uma perda de eficiência da organização, que deixa de contar com um ótimo funcionário no nível abaixo e passa a contar com um funcionário medíocre ou ruim no nível acima. "Dentro de uma abordagem de teoria dos jogos", prosseguem Alessandro Pluchino, Andrea Rapisarda e Cesare Garofalo, da Universidade de Catânia, na Itália, "descobrimos contraintuitivamente que, para evitar tal efeito, as melhores formas de melhorar a eficiência de uma dada organização é ou promover a cada oportunidade um agente ao acaso ou promover aleatoriamente o melhor e o pior membro, em termos de competência".

Um grupo de pesquisadores japoneses volta para receber seu segundo IgNobel. Depois de serem agraciados em 2008 com o prêmio de ciência cognitiva pela descoberta de que tipo de micro-organismo que forma camadas gelatinosas, como limo, é capaz de resolver labirintos, Toshiyuki Nakagaki e Atsushi Tero recebem agora a honraria na categoria de Planejamento de Transportes, como membros da equipe que demonstrou o uso do mesmo micróbio na determinação de rotas para linhas ferroviárias.

Por sua vez, o Prêmio IgNobel da Paz vai para três britânicos que confirmaram a crença popular de que gritar palavrões ajuda a diminuir a dor.

O lado francamente satírico do prêmio aparece no de Química, concedido pela descoberta de que "óleo e água se misturam". Ele será concedido a dois cientistas americanos - que trabalharam num estudo a respeito de vazamentos de petróleo no mar -, mas também à BP, empresa responsável pelo gigantesco vazamento de petróleo no Golfo do México.

Já o IgNobel de Economia vai para os administradores das empresas Goldman Sachs, AIG, Lehman Brothers, Bear Stearns, Merrill Lynch e Magnetar, "por criar e promover novas formas de investir dinheiro - que maximizam o ganho financeiro e minimizam o risco para a economia mundial, ou para uma porção dela". Essas empresas tiveram um papel central na crise econômica que ainda atinge os EUA e a Europa.

Outros prêmios deste ano vão para uma equipe de cientistas britânicos e mexicanos que inventou um helicóptero teleguiado para coletar amostras de secreção nasal de baleias; para dois cientistas holandeses que provaram um passeio de montanha-russa alivia os sintomas da asma; para duas pesquisadoras neozelandesas que demonstraram que usar as meias para fora do sapato reduz o risco de escorregar e cair na neve; e para três americanos que provaram, por meio de experimentos, que micróbios se agarram a cientistas barbados.

A cerimônia do IgNobel tem transmissão ao vivo pelo YouTube, e ficará disponível online em http://www.youtube.com/improbableresearch. O prêmio é uma promoção da revista Annals of Improbable Research (AIR), que se define como um periódico de "humor científico". Como já é tradição, a cerimônia tem um tema, que será refletido em duas apresentações musicais. O deste ano é "bactéria".

Os ganhadores que forem a Harvard receber o prêmio - segundo a AIR, autores de oito dos dez trabalhos ganhadores confirmaram presença - terão a honraria concedida por vencedores do Nobel. Farão a entrega do IgNobel Sheldon Glashow (ganhador do Nobel de Física em 1979); Roy Glauber (Física, 2005), Frank Wilczek (Física, 2004), James Muller (Paz, 1985) e William Lipscomb (Química, 1976).

Dicas ao jovem escriba

Por Xico Sá.

Muitos estudantes e profissionais de jornalismo no começo das suas carreiras, além de curiosos em geral sobre a profissão, escrevem a esta coluna perguntando sobre livros interessantes ou fundamentais para o ofício. Com ou sem a exigência do diploma, ler ainda é o nosso melhor jeito de ter uma boa formação.

Nesse capítulo, aliás, as moças têm dado um baile nos marmanjos. Pesquisas revelam que as fêmeas são mais adeptas à leitura do que os toscos dos machos.

Deixo aí, portanto, uma modesta lista com obras que valem por um curso completo para um jornalista-escritor ou vice-versa. Principalmente aos que se interessam pelo chamado jornalismo literário:

A Alma Encantadora das Ruas – de João do Rio (disponível por diversas editoras) – O dândi carioca que sabia tudo sobre a arte de flanar pela cidade e tirar dela, ainda em 1908, belas histórias.

Um Bom Par De Sapatos E Um Caderno De Anotações – Como Fazer Uma Reportagem – de Anton Tchekhov (editora Martins Fontes). Toda a riqueza de observação e detalhes que usava nos seus contos e peças, a favor do jornalismo-literário em uma reportagem de viagem.

Balas de Estalo - Reunião de crônicas políticas e de costumes de Machado de Assis – Publicado por várias editoras.

Dez Dias que Abalaram o Mundo - John Reed (ed.Conrad) – De uma forma eletrizante, punk-rock mesmo, o autor narra os acontecimentos da revolução russa de 1917.

Paris é Uma Festa – E. Hemingway (ed.Bertrand Brasil) – As peregrinações boêmias de um dos maiores narradores americanos e a sua convivência com grandes artistas franceses. Para aprender a escrever e observar o mundinho artístico.

Na Pior em Paris e Londres - George Orwell (Companhia das Letras, coleção Jornalismo Literário) – A experiência de miserável do autor de 1984. Aula de escrita e humanismo pelos subterrâneos das cidades.

O Segredo de Joe Gould – de Joseph Mitchell (Cia das Letras) – Aula genial de como fazer um perfil de um puta personagem praticamente anônimo de NY, um desses vagabundos que vemos por e mal sabemos da sua genialidade.

Malagueta, Perus e Bacanaço – de João Antônio (ed.Cosac & Nayfi) – O universo marginal dos salões de sinuca, rodas de sambas e madrugadas nos bares. Narrativa coloquial e maldita.

Dicas Úteis para uma Vida Fútil – Um Manual para a Maldita Raça Humana – Mark Twain (ed. Relume Dumará) – Um grande almanaque com dicas de etiqueta, moda, comportamento, costumes. Tudo da forma mais mordaz possível. Pra rir e aprender.

O Perigo da Hora – O século XX nas páginas do The Nation (ed.Scritta). Textos de gênios do jornalismo e da literatura como Kurt Vonnnegut, H.L. Mencken, Gore Vidal, John dos Passos entre outros bambas.

O Livro dos Insultos - H.L.Menken (Cia das Letras) – Influência importante para muita gente no Brasil, como Ruy Castro e Paulo Francis. Por exemplo, com Menken você aprende a ser crítico, ácido e ter uma pena maldita.

Medo e Delírio em Las Vegas – Hunter Thompson (ed.Conrad) – Na lista não poderia faltar pelo menos uma obra-prima do rei do jornalismo gonzo, a forma mais maluca e ousada de contar histórias. Foi adaptado para o cinema em 1998, pelo diretor Terry Gilliam.

Sim, não esqueçam, tudo do Nelson Rodrigues, óbvio ululante.

& MODINHAS DE FÊMEA
Com vocês, Danuza Leão, falando sobre o nosso tema preferido: “Eu não trairia um marido porque, quando olhasse para ele, teria de dizer: Pô, mas esse cara é um corno!”. E eu não quero um corno como marido.

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Digamos que são referências...

Life explained by Graphs...

A Vida Explicada em Gráficos:





















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Muita coisa que faz sentido... =/