HAIA, 10 de setembro (Reuters Life!) - DaHjaj 'oH Qaq jaj vaD bI'reS. Não, sua tela não está quebrada. A frase no idioma klingon significa "hoje é um bom dia para a ópera".
A língua inventada foi falada pela primeira vez por alienígenas fictícios do universo de "Jornada nas Estrelas" e depois adotada por seres humanos pelo mundo.
Agora, o estranho idioma está sendo usado em uma ópera, que estreia na sexta-feira na cidade holandesa de Haia.
A ópera é um dos pilares da cultura Klingon, que faz parte dos fundamentos de "Jornada nas Estrelas", e levou à criação do espetáculo "U" (representando "universo" ou "universal).
"Os Klingon são conhecidos por serem amantes da ópera, mas ao mesmo tempo muito pouco se sabe da ópera Klingon por aqui, então até onde eu saiba esse é um desafio muito interessante para fazer de forma autêntica, ou tão autêntico quanto possível", disse o criador Floris Schonfeld à Reuters TV.
O espetáculo de 90 minutos conta a história de Kahless o Inesquecível, conhecido como o primeiro imperador Klingon. Os ingressos estão à venda para as apresentações no teatro de Zeebelt, que tem cerca de 100 lugares.
Esta semana foi meio cheia, então não consegui postar no dia certo, mas vamos lá: em 8 de setembro de 1966, ia ao ar, nos Estados Unidos, o primeiro episódio de Jornada nas Estrelas a ser exibido — The Man Trap, no qual um monstro alienígena se faz passar pela ex-namorada do Dr. McCoy.
Man Trap não foi o primeiro episódio produzido — todos provavelmente conhecem a história de como o primeiro piloto, The Cage, estrelado por Jeffrey Hunter no papel de capitão Christopher Pike, foi rejeitado por ser “intelectual demais”. Quando Hunter se recusou afazer um segundo piloto, o caminho estava aberto para a entrada de William Shatner na história.
(Man Trap também não é o segundo piloto; nesse, Onde Nenhum Homem Jamais Esteve, o médico não era McCoy)
Eu me lembro de estar no último ano de faculdade quando houve a celebração dos 25 anos do seriado, o que faz de mim uma pessoa velha o suficiente para ter assistido a Jornada nas Estrelas na TV aberta (era na Bandeirantes?), mas jovem demais para ter pego a estreia do programa. Na época do jubileu de prata, escrevi um artigo curto para um fanzine sobre a série — antes do PDF, essas coisas eram feitas em sulfite e xerox.
Quase quatro décadas e meia depois do início, Jornada nas Estrelas é um fenômeno difícil de analisar. A perspectiva histórica, nesse caso, não ajuda muito, porque produz facilmente duas avaliações extremas — ”seriado brega e datado idolatrado por nerds” ou “obra genial e visionária de ficção científica” — que não são, nenhuma delas, exatamente corretas.
Sou suspeito para falar, mas creio que a verdade está mais perto da segunda posição, com mais ênfase em visionária — pelos caminhos que abriu em sua mídia específica, a televisão — do que realmente em genial.
Talvez Jornada nas Estrelas tenha sido o primeiro (o único?) seriado de TV a gerar numa espécie de mitologia que acabou ganhando vida própria, não só se mantendo nos períodos em que não havia nenhum produto da franquia sendo exibido como, ainda, penetrando a cultura popular (veja-se a quantia incontável de paródias e citações — e o fato de o primeiro ônibus espacial construído pelos EUA ter se chamado Enterprise).
O filme mais recente, de 2009, parece ser mais um indício disso. Lembro-me de ter lido em algum lugar que uma pessoa envolvida na produção, perguntada se o público não estranharia ver os personagens da série original na pele de novos atores, teria respondido algo na linha de “Hamlet também foi interpretado por diversos atores diferentes”.
Hamlet e Capitão Kirk! Talvez uma comparação melhor fosse não com um personagem tão fortemente associado a um autor único e a uma obra famosa, mas com uma figura mítica, protagonista de ciclos de histórias, como Hércules — ou, melhor ainda, Jasão (que comandava uma nau) e Teseu (que seduziu a filha do vilão, algo tipicamente “kirkiesco”).
Abaixo, a abertura da segunda temporada da série, onde DeForest Kelley/Dr. McCoy já aparecia nos créditos iniciais:
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De volta, depois de um longo inverno (mas ainda sem chegar ao verão) indo aonde Homem Nenhum Jamais Esteve... Fonte: Blogs do Estadão