domingo, 24 de abril de 2011

Corredor de bigas é o maior magnata da história do esporte

Riqueza e esporte caminham juntos há muito mais tempo do que se imagina. Tanto, que alguns dos atletas mais bem pagos de nosso tempo, como os astros da NBA, pilotos de Fórmula 1 e as estrelas do futebol estão longe de rivalizar com corredor de bigas Caio Apuleio Diocles.

Caio Apuleio Diocles é um lusitano do século II que ostenta a marca de atleta mais bem pago da história. A informação foi publicada na edição de novembro da revista História Viva. Diocles, que começou a competir aos 18 anos e ganhou 1.462 das 4.257 corridas das quais participou, de acordo com as inscrições da lápide em sua sepultura, em Roma.

Diocles era analfabeto, mas isso não o impediu de angariar durante sua carreira um prêmio total de 35.863.120 sestércios (a moeda romana) em prêmios. Conforme Peter Struck, professor de estudos clássicos da Universidade da Pensilvânia, isso equivaleria a mais de US$ 15 bilhões hoje. Mais: em relação ao poder de compra da época, essa soma poderia alimentar toda a população de Roma durante um ano.

Para se ter ideia, Tiger Woods, o atual recordista segundo a revista Forbes, já acumulou até hoje US$ 1 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões) em prêmios. Kaká, o brasileiro mais bem pago segundo a revista francesa France Football, é o 5º do ranking mundial, por faturar 18,8 milhões de euros (R$ 46,8 milhões) por ano. Uma ninharia perto dos sestércios conquistados por Diocles nas corridas de bigas.

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Fonte: Yahoo! Esportes

Uau...!

Os Vingadores, 1952

Por Renato Cruz

Ivan Guerrero criou um trailer de Os Vingadores, como se o filme tivesse sido feito em 1952. Na realidade, o grupo de super-heróis – que reúne personagens como Capitão América, Homem de Ferro, Thor e Viúva Negra – surgiu em 1963. Guerrero usou trechos de mais de 50 filmes e programas de TV para montar seu trailer, que conta com participação especial do Hulk, Doutor Estranho e do próprio Stan Lee, criador dos quadrinhos.

Abaixo, um teaser do filme verdadeiro, com previsão de lançamento em 2012.


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Fonte: Blog do Renato Cruz

Haja Paciência...

SimCity supremo

Por Jocelyn Auricchio


Três anos de planejamento e trabalho duro. Esse foi o tempo consumido por um entusiasta do clássico SimCity 3000 para conseguir a cidade de Magnasanti. Com seis milhões de habitantes e cada detalhes da infraestrutura urbana cuidadosamente pensada, a cidade virtual teve seu desenho inspirado na carta de tarô A Roda da Fortuna.

O mais legal de tudo: a proeza foi alcançada sem nenhum tipo de trapaça, seguindo todas as regras do jogo. Se você quiser tentar, cada passo foi minuciosamente explicado no vídeo.


Tem até um SimCity até no Super Nintendo, que tem uma das versões mais bacanas já feitas do game, com direito a estátua do Super Mario e tudo. Hoje parece bobinho, mas lá em 1991, isso era muito melhor do que qualquer computador conseguia fazer.

Aliás, que tal jogar um pouquinho de SimCity de graça, aí no seu navegador? No site oficial da Electronic Arts, dá para jogar a primeira versão de graça.

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Fonte: Que Mário?

Uau... ISSO impressiona...

Química

É muito comum no cotidiano, no que se refere a atração pelo outro, ouvirmos as pessoas dizerem “tem que ter química para rolar....” ou ainda “ele é bonito, tem um papo legal, mas não rolou química”. Estas frases embora num primeiro momento nos de a sensação que são desculpas usadas pelas pessoas para justificar o seu não desejo de relacionar-se com outro, não que isso não ocorra com algumas pessoas, mas em muitos momentos isso pode ser verdadeiro. A explicação para isso esta no fato que nós seres humanos, embora tenhamos uma longa história evolutiva, que nos permitiu diferenciar-se do outros animais, ou seja, nos tornamos seres pensantes, porém ainda carregamos em nossos genes, informações ligadas a comportamentos primitivos essenciais à preservação e melhoria de nossa espécie.

Isso explica nosso comportamento em muitas situações, onde apenas visualizei uma pessoa e senti um forte desejo inexplicável, sem mesmo ter trocado se quer uma palavra com a outra pessoa. Nesse momento entraram em ação, os feromônios. A palavra “feromônio” vem das palavras gregas phéro e hormôn, que juntas significam "trazer excitação". No mundo animal, os feromônios são “marcas” olfativas individuais encontradas na urina e no suor, que ditam o regulamento sexual e atraem o sexo oposto. Eles ajudam os animais a identificarem-se e escolher um parceiro com sistema imunológico suficientemente diferente do seu para garantir que a descendência seja resistente. Os animais têm um órgão especial no nariz chamado órgão vomeronasal ou OVN, que detecta esse composto químico inodoro. Cabe aqui uma informação importante, a existência dos feromônios humanos foi descoberta em 1986 pelos cientistas do Chemical Senses Center, na Filadélfia e na França – essas substâncias foram encontradas no suor humano. E para provar, sua existência e ação, eles fizeram uma experiência onde um grupo de mulheres cheirou as camisetas sujas de um grupo de homens, e cada uma teve que escolher por qual delas se sentia mais “atraída”. Assim como no mundo dos animais, a maioria das fêmeas escolheu a camiseta do homem cujo sistema imunológico era mais diferente do seu. É importante ressaltar, que isso não é determinante para que a paixão, o amor e até mesmo o encontro sexual se concretize.

Lembra que também citei uma frase comumente falada pelas pessoas no cotidiano que dizia: “ele é bonito, tem um papo legal, mas não rolou química”? , a explicação para isso é que como seres racionais (pensantes) não somos guiados apenas por instintos, ou seja, em algum lugar do nosso subconsciente, existe um modelo de parceiro ideal para o nosso amor. Pesquisas indicam que este modelo está relacionado a três fatores: ferômonios, aparência e personalidade. No que se referem aos dois últimos fatores, pesquisas apontam que habitualmente buscamos parceiros, que tenham aparência e personalidade parecida com a nossa e com a de nossos pais, como uma forma de substituirmos ou preservarmos o amor recebidos deles.

Bem, a partir desse ponto já estamos falando de um sentimento muito importante nos relacionamentos que é o Amor. E para explicarmos e compreendermos melhor certos comportamentos e atitudes ligados a esse sentimento, dividiremos o em 3 fases: desejo erótico, atração ou paixão romântica e união ou compromisso.

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Não saco nada de física, literatura ou gramática...

Tão Longe de Mim Distante

Composição : Carlos Gomes

Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento.

Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento.

Quisera saber agora, quisera saber agora,
se esqueceste, se esqueceste, se esqueceste o juramento.
Quem sabe se és constante, se ainda é meu, seu pensamento.
Minhalma toda devora, da saudade, da saudade, agro tormento.

Tão longe, de mim distante,
onde irá, onde irá teu pensamento.

Quisera saber agora,
se esqueceste, se esqueceste o juramento.
Quem sabe se és constante, se ainda é meu, seu pensamento.
Minhalma toda devora, da saudade, agro tormento.

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Tem horas que é exatamente assim... Tem coisas que não mudam =/

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Piloto pioneira morreu esquecida

(Março, Mês Internacional da Mulher) – Mariette Helene Delangle nasceu em uma aldeia a 47 quilômetros de Paris em 15 de dezembro de 1900. Helene aos 16 anos muda-se para a “Cidade Luz” com a mala cheia de sonhos e ambições.

Tornou-se uma atriz e dançarina do Casino de Paris com o nome artístico de Helene de Nice e se tornou Hellé-Nice (em inglês nasce o trocadilho, intencional). Conquista o sucesso e a popularidade, contrata empresário, vira modelo, posa nua, enriquece rapidamente, adquire uma casa luxuosa e um iate. Transforma-se em celebridade em toda a Europa.

Apaixonou-se pelos automóveis velozes e levou uma vida, digamos, “fácil”. Seus relacionamentos eram breves, o fato de ser rica e bem sucedida afastava os pretendentes. Houve alguns que duraram mais tempo, mas lhe trouxeram resultados, como notáveis da época, caso do poderoso Barão Philippe de Rothschild (banqueiro, piloto de corridas, escritor, produtor teatral, vinicultor etc.) membros da nobreza europeia e personalidades, Gianoberto “Jean” Maria Carlo Bugatti, filho mais velho de Ettore Bugatti e o Conde Bruno d'Harcourt, piloto de grandes prêmios da equipe Bugatti.

Na Paris daquele tempo organizavam-se numerosas competições de automóveis, e Hellé participou de um organizado para as celebridades da época, pilotando um carro de corridas, tomou gosto. Hellé era uma mulher atlética e gostava de esquiar, sofreu um acidente que danificou seus joelhos, ficou impossibilitada de dançar e direcionou os seus interesses com mais força para o automobilismo profissional. Em 1929 participa do Grande Prêmio no Autódromo de Montlhéry competindo na prova de velocidade na terra all female (só para mulheres) a bordo de um Omega-Six ela vence a corrida e bate o recorde. A partir desta grande vitória Hellé ganha fama e prestígio no mundo da velocidade na terra. No ano seguinte, segue para os Estados Unidos competindo em várias pistas pilotando um automóvel americano Miller.

Ao retornar para Paris em um café no Champs-Élysées, o Barão Philippe de Rothschild aproxima-se e se apresenta, tornam-se amantes. Rotschild pilotava Bugatti's nas corridas e apresenta a Hellé o sofisticado Ettore Bugatti, um dos mais exclusivos fabricantes de automóveis franceses de todos os tempos. Ettore Bugatti vê em Hellé-Nice a oportunidade de introduzi-la nas corridas para competir no mundo masculino.

Sonho de correr

Hellé realiza o seu sonho em 1931 pilotando um Bugatti T37 A, estreando no Circuit Du Dauphiné em Grenoble, larga e sétimo e mantém a posição até o final. Neste mesmo ano participa de cinco Gran Prix da França e também na mais importante corrida de toda a Europa o Gran Premio di Monza.

Ela ama cada minuto de sua vida principalmente pelo fato de estar competindo entre os melhores pilotos da atualidade sem perder a feminilidade. Seus resultados são significativos, chegando à frente dos grandes pilotos. Os anos passam e Hellé confirma seu talento nos grandes prêmios como a única mulher nos circuitos, ela prossegue correndo com Bugatti e Alfa Romeo, atrapalhando a vida de pilotos como Tazio Nuvolari, Robert Benoist, Rudolf Caracciola, Louis Chiron, Bernd Rosemeyer, Luigi Fagioli e Jean-Pierre Wimille. Como a maioria dos pilotos, ela não somente compete nos grandes prêmios, mas também em outras provas na Europa como hillclimbs e rallies, incluindo o famoso Rally de Monte Carlo. Um hábito curioso de Hellé ao pilotar era de manter a boca aberta durante a corrida, é provável que tenha engolido muitos mosquitos durante a sua carreira.

Até 1936, a piloto engrossa sua participação em competições. Nesse mesmo ano, Hellé vem ao Brasil para o IV Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro (Circuito da Gávea). Mais conhecido com “Trampolim do Diabo” o Circuito da Gávea por suas mais de 100 curvas em piso irregular era o verdadeiro teste de perícia para qualquer piloto. Esta prova marcou a vinda de pilotos importantes, competidores de grande peso nas corridas internacionais.

Em 12 de julho, Hellé-Nice corre no I Grande Prêmio Cidade São Paulo, a corrida mais marcante da história no Brasil, não somente por ter sido a primeiro grande premio da cidade de São Paulo, mas por ter ocorrido o acidente mais grave o que impulsionou a construção do Autódromo de Interlagos. Como o Rio de Janeiro realizava seus grandes prêmios na Gávea desde 1933, São Paulo decide entrar para o circuito com o objetivo de trazer igualmente nomes importantes do automobilismo internacional. Esta corrida é realizada um mês após o GP do Rio de Janeiro qual Hellé-Nice participou.

Em apenas quarenta e cinco dias, as autoridades paulistas e o Automóvel Clube Brasileiro idealizaram e concretizaram este evento internacional, foram adquiridos oito mil metros de cordas para separar os espectadores dos carros e montadas arquibancadas para sete mil pessoas, conta-se que o público atingiu o numero de cem mil espectadores no Jardim América.

Hellé-Nice pilotava seu Alfa Romeo azul, mas não integrava a equipe Alfa Romeo, era uma corredora independente. O grid de largada foi idealizado na formação 3-2-3 e a ordem de largada foi por sorteio, Hellé-Nice ocupa a sétima fila ao lado de Domingos Lopes (BR) e Carlo Pintacuda (ITA).

A corrida

Saindo da décima posição, Chico Landi passa à frente na primeira volta. Da mesma maneira espetacular, o favorito Pintacuda passa em oitavo e a badalada Hellé-Nice em terceiro, enquanto Marinoni, mais discreto, em 15º lugar.

Marinoni roda, cai para último, mas na quarta volta já é o 2º com Pintacuda liderando desde a volta anterior. A pouca potência do Fiat de Chico Landi o renegou ao 5º posto.
O italiano Marinoni roda de novo entre a Rua Canadá e Av. Brasil, danifica seu carro e perde posições ao ter que descer do carro para fazê-lo prosseguir na prova.

Com isso, a sensação Hellé-Nice assume o 2º posto seguida do brasileiro Manuel de Teffé. Na 6ª volta, o líder Pintacuda começa a se afastar dos outros concorrentes, enquanto a segunda colocada, Hellé-Nice, passa a ser pressionada por Teffé. Hellé-Nice para na 50ª volta para por gasolina e água, o que a faz perder o 3º posto para Teffé na 52ª volta. A partir daí, a francesa tem 30" de desvantagem para o brasileiro e novamente empolga a multidão com seu desempenho. Faltavam somente quatro voltas para o final, e Hellé-Nice tirava 5" por volta sobre Teffé!

Depois da reta oposta, Hellé-Nice tinha 5" de desvantagem para Teffé e continuava a se aproximar do brasileiro em busca da 3ª posição. Ambos tinham duas voltas de desvantagem para o líder e uma para o 2º colocado. Na curva da Av. Brasil esquina da Rua Atlântica, Teffé abriu demais, perdeu tempo e Hellé-Nice emparelhou com ele. Ao entrar na reta final da Av. Brasil, Teffé ganhou distância. Atravessaram a Rua Colômbia. Às 11h59min, Pintacuda atingiu a linha de chegada para vencer a prova a uma média de 104,45 km/h. Aí a população se agitou para melhor enxergar a disputa entre Teffé e Hellé-Nice, pelo 3º lugar.
Faltavam poucos metros para a chegada, quando Teffé foi para o lado direito da pista.

O acidente

A grande emoção estava reservada para o final da prova quando Hellé-Nice disputava o terceiro lugar com Manuel de Teffé, forçando a ultrapassagem em diversos pontos do trajeto. Em uma dessas tentativas as rodas dos carros se tocaram e Hellé-Nice decolou com seu Alfa Romeo sobre o público presente.

A consequência foi desastrosa, três mortos e 30 feridos. Entre as vítimas fatais, um soldado que absorveu o impacto do corpo de Hellé-Nice na queda ao ser lançada dez metros para fora do carro.

As versões sobre este acidente suscitam discussões até hoje. Segundo Wilson Fittipaldi, pai de Emerson e Wilsinho, que estava presente na época com 16 anos, Manuel de Teffé fechou de maneira irregular o carro de Hellé-Nice, provocando o acidente "Ele não admitia ser ultrapassado por uma mulher”. Outras versões chegam a citar um fardo de feno jogado no meio da pista ou um espectador que a teria atravessou, Hellé-Nice tentou e perdeu o controle do carro.

Hellé-Nice ao depor não se lembrava do momento do acidente. Ela teve concussão cerebral, escoriações no rosto, contusão no cotovelo e na região escapular. Foi internada no Sanatório Santa Catharina, com boa recuperação e, dias depois, recebeu alta médica.

Apesar das acusações contra Manuel de Teffé, formalizada também pelo mecânico de Hellé-Nice, o brasileiro não foi considerado culpado. Devido ao acidente e ao fato de alguns carros que não poderem cruzar a linha de chegada, somente seis carros foram oficialmente classificados. Helle ficou com o 4º lugar.

A repercussão do acidente no Brasil

Diversas entidades e órgãos do estado se manifestaram em solidariedade às vitimas e parentes das vítimas do acidente. Organizaram arrecadações para doar a todos envolvidos e a Hellé-Nice, inclusive para a recuperação de seu automóvel. Um site inglês cita que as autoridades brasileiras se responsabilizaram pelo acidente, falta de segurança, pagando uma grande soma indenizatória à piloto francesa. Segundo informações de contatos do meio antigomobilista, o Alfa Romeo de Hellé-Nice permaneceu no Brasil, apreendido pelo DETRAN de São Paulo. Um conhecido colecionador paulista adquiriu o automóvel. Com as partes que sobraram construiu um híbrido e o restante das peças que se pulverizaram estão em um museu no interior paulista.

Hellé-Nice é vista como heroína pelo povo brasileiro, seu pseudônimo foi disputado pelas futuras mães que a homenagearam registrando suas filhas como Helenice ou Elenice.

As tentativas para voltar a correr os grandes prêmios

O terrível acidente em São Paulo marcou definitivamente a vida de Hellé-Nice, mas com o passar do tempo ela começou a arquitetar a sua volta às pistas. Em 1937 ela arrisca a sua volta na esperança em participar da Mille Miglia na Italia e no Trípoli Grand Prix na Líbia, este último oferecia uma grande soma em dinheiro como prêmio. Encontrou sérias dificuldades em obter apoio suficiente para oficializar o seu retorno.

Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Hellé-Nice retoma as competições participando do trial endurance para mulheres organizado pela companhia petrolífera Yacco em Montlhéry na França. Seu desempenho é notório. Guiou por dez dias e dez noites, quebrando dez recordes em um mesmo dia. Nesta prova Hellé se revezava com mais quatro mulheres.

Pelos próximos dois anos ela competiu em ralis na esperança de voltar a correr pela Bugatti. No entanto, em agosto de 1939 seu grande amigo Jean Bugatti morre em um acidente ao testar um novo modelo Bugatti. Um mês depois, começou a Segunda Guerra Mundial. Em 1943 durante a ocupação das tropas nazistas na França, Hellé-Nice se recolhe em sua residência em Paris, mas a sua vida torna-se insuportável e ela decide fixar residência em Nice. Leva consigo um de seus amantes durante todo o período da guerra.

O início do fim de Hellé-Nice

Em 1949 é anunciado o primeiro Rallye de Monte Carlo do pós-guerra e Hellé-Nice se inscreve para a prova, sua grande chance de voltar segura e confiante. Em uma grande festa organizada para comemorar a volta da competição, Louis Chiron, o filho predileto de Mônaco, várias vezes campeão de Gran Prix, repentinamente atravessa o salão e em voz alta acusa Hellé-Nice de ser colaboradora da Gestapo durante a guerra. Naquele tempo uma acusação como essa poderia arruinar a carreira de qualquer um, vindo do poderoso Louis Chiron era muito pior, não havia nem a necessidade de apresentar provas.

A consequência foi a pior possível, Hellé não conseguiu participar deste rali, perdeu patrocinadores, os amigos, conhecidos e o amante a abandonaram completamente, seu sócio suíço investiu mal o seu dinheiro. Seu nome caiu no esquecimento assim como toda a sua história de vitórias e feitos notáveis desapareceram por completo, ela foi varrida da memória de todos.

Em sérias dificuldades financeiras foi obrigada a aceitar a caridade de uma organização de Paris, La Roue Tourne, criada para dar assistência aos artistas do teatro antigo em estado de abandono. A situação de Hellé-Nice piorou quando morre sua mãe e sua irmã mais nova, Solange, toma posse dos bens, o que não é muito, negando totalmente auxílio a Hellé-Nice.

Uma mulher que brilhou como poucas no século XX, pioneira e corajosa, participou de mais de setenta provas automobilísticas, passou seus últimos anos de vida em um apartamento invadido por ratos num beco da periferia de Nice, por vergonha e medo em ter sua identidade descoberta, usava um nome fictício. Afastada da família por anos, em 1984 aos 84 anos de idade morreu sem amigos, sem dinheiro e completamente esquecida pelas pessoas ricas e fascinantes que integravam os Grandes Prêmios da França. Mariette Helen Delangle foi cremada, a organização parisiense de caridade custeou a cremação e enviou as cinzas para sua irmã na aldeia de Saint-Mesme onde seus pais estavam sepultados.
No tumulo da família o nome de Hellé-Nice não está mencionado na lápide. As acusações de Louis Chiron nunca foram comprovadas. A escritora Mirnada Seymour, autora da biografia de Hellé-Nice, pesquisou a fundo a procedência desta acusação. Em documentos oficiais enviados por Berlim pelas autoridades alemãs, Hellé-Nice nunca foi uma agente da Gestapo.

O caluniador

O causador de toda esta desgraça na vida de Hellé-Nice, o piloto Louis Chiron, que dividiu a pista com ela em diversas competições, nunca pagou pelo seu crime. Com essa atitude repulsiva, fica claro seu preconceito e a inveja em relação a Hellé. Chiron era conhecido por sua arrogância e egocentrismo. Existe uma citação da ira de Chiron por ela ter vivido em relativo luxo na Riviera Francesa durante o período da guerra. O piloto, por ter sido membro da Resistência Francesa, direcionou suas suspeitas para Hellé-Nice.

Impune, esse senhor corre pela última vez no Grande Premio de Mônaco, em 1955, e conquista o recorde como o piloto mais idoso a participar de um campeonato mundial, aos 55 anos de idade.

O livro e a Fundação Hellé-Nice

Graças à escritora norte- americana Miranda Seymour, o mundo começa a conhecer a apaixonante história da espetacular Mademoiselle Hellé-Nice. O livro The Bugatti Queen, lançado em 2004, despertou o interesse da mídia e inspira projetos como a The Hellé-Nice Foundation, criada em 2008 por Sheryl Greene, em Atlanta, nos Estados Unidos. Esta fundação visa captar recursos para financiar jovens mulheres que queiram iniciar a carreira de pilotos no automobilismo.

Este artigo é intencionalmente publicado no mês de março em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A todas as mulheres que ousam superar seus próprios limites, deixando marcas como exemplo de determinação e coragem, nosso muito obrigado.

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Fonte: Revista Web Motors
Essa é minha pequena homenagem à Dona Helle Nice, mãe da Ana, minha ex-esposa... Que Deus a tenha em bom lugar, por que ela merece...