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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Piloto pioneira morreu esquecida

(Março, Mês Internacional da Mulher) – Mariette Helene Delangle nasceu em uma aldeia a 47 quilômetros de Paris em 15 de dezembro de 1900. Helene aos 16 anos muda-se para a “Cidade Luz” com a mala cheia de sonhos e ambições.

Tornou-se uma atriz e dançarina do Casino de Paris com o nome artístico de Helene de Nice e se tornou Hellé-Nice (em inglês nasce o trocadilho, intencional). Conquista o sucesso e a popularidade, contrata empresário, vira modelo, posa nua, enriquece rapidamente, adquire uma casa luxuosa e um iate. Transforma-se em celebridade em toda a Europa.

Apaixonou-se pelos automóveis velozes e levou uma vida, digamos, “fácil”. Seus relacionamentos eram breves, o fato de ser rica e bem sucedida afastava os pretendentes. Houve alguns que duraram mais tempo, mas lhe trouxeram resultados, como notáveis da época, caso do poderoso Barão Philippe de Rothschild (banqueiro, piloto de corridas, escritor, produtor teatral, vinicultor etc.) membros da nobreza europeia e personalidades, Gianoberto “Jean” Maria Carlo Bugatti, filho mais velho de Ettore Bugatti e o Conde Bruno d'Harcourt, piloto de grandes prêmios da equipe Bugatti.

Na Paris daquele tempo organizavam-se numerosas competições de automóveis, e Hellé participou de um organizado para as celebridades da época, pilotando um carro de corridas, tomou gosto. Hellé era uma mulher atlética e gostava de esquiar, sofreu um acidente que danificou seus joelhos, ficou impossibilitada de dançar e direcionou os seus interesses com mais força para o automobilismo profissional. Em 1929 participa do Grande Prêmio no Autódromo de Montlhéry competindo na prova de velocidade na terra all female (só para mulheres) a bordo de um Omega-Six ela vence a corrida e bate o recorde. A partir desta grande vitória Hellé ganha fama e prestígio no mundo da velocidade na terra. No ano seguinte, segue para os Estados Unidos competindo em várias pistas pilotando um automóvel americano Miller.

Ao retornar para Paris em um café no Champs-Élysées, o Barão Philippe de Rothschild aproxima-se e se apresenta, tornam-se amantes. Rotschild pilotava Bugatti's nas corridas e apresenta a Hellé o sofisticado Ettore Bugatti, um dos mais exclusivos fabricantes de automóveis franceses de todos os tempos. Ettore Bugatti vê em Hellé-Nice a oportunidade de introduzi-la nas corridas para competir no mundo masculino.

Sonho de correr

Hellé realiza o seu sonho em 1931 pilotando um Bugatti T37 A, estreando no Circuit Du Dauphiné em Grenoble, larga e sétimo e mantém a posição até o final. Neste mesmo ano participa de cinco Gran Prix da França e também na mais importante corrida de toda a Europa o Gran Premio di Monza.

Ela ama cada minuto de sua vida principalmente pelo fato de estar competindo entre os melhores pilotos da atualidade sem perder a feminilidade. Seus resultados são significativos, chegando à frente dos grandes pilotos. Os anos passam e Hellé confirma seu talento nos grandes prêmios como a única mulher nos circuitos, ela prossegue correndo com Bugatti e Alfa Romeo, atrapalhando a vida de pilotos como Tazio Nuvolari, Robert Benoist, Rudolf Caracciola, Louis Chiron, Bernd Rosemeyer, Luigi Fagioli e Jean-Pierre Wimille. Como a maioria dos pilotos, ela não somente compete nos grandes prêmios, mas também em outras provas na Europa como hillclimbs e rallies, incluindo o famoso Rally de Monte Carlo. Um hábito curioso de Hellé ao pilotar era de manter a boca aberta durante a corrida, é provável que tenha engolido muitos mosquitos durante a sua carreira.

Até 1936, a piloto engrossa sua participação em competições. Nesse mesmo ano, Hellé vem ao Brasil para o IV Grande Prêmio da Cidade do Rio de Janeiro (Circuito da Gávea). Mais conhecido com “Trampolim do Diabo” o Circuito da Gávea por suas mais de 100 curvas em piso irregular era o verdadeiro teste de perícia para qualquer piloto. Esta prova marcou a vinda de pilotos importantes, competidores de grande peso nas corridas internacionais.

Em 12 de julho, Hellé-Nice corre no I Grande Prêmio Cidade São Paulo, a corrida mais marcante da história no Brasil, não somente por ter sido a primeiro grande premio da cidade de São Paulo, mas por ter ocorrido o acidente mais grave o que impulsionou a construção do Autódromo de Interlagos. Como o Rio de Janeiro realizava seus grandes prêmios na Gávea desde 1933, São Paulo decide entrar para o circuito com o objetivo de trazer igualmente nomes importantes do automobilismo internacional. Esta corrida é realizada um mês após o GP do Rio de Janeiro qual Hellé-Nice participou.

Em apenas quarenta e cinco dias, as autoridades paulistas e o Automóvel Clube Brasileiro idealizaram e concretizaram este evento internacional, foram adquiridos oito mil metros de cordas para separar os espectadores dos carros e montadas arquibancadas para sete mil pessoas, conta-se que o público atingiu o numero de cem mil espectadores no Jardim América.

Hellé-Nice pilotava seu Alfa Romeo azul, mas não integrava a equipe Alfa Romeo, era uma corredora independente. O grid de largada foi idealizado na formação 3-2-3 e a ordem de largada foi por sorteio, Hellé-Nice ocupa a sétima fila ao lado de Domingos Lopes (BR) e Carlo Pintacuda (ITA).

A corrida

Saindo da décima posição, Chico Landi passa à frente na primeira volta. Da mesma maneira espetacular, o favorito Pintacuda passa em oitavo e a badalada Hellé-Nice em terceiro, enquanto Marinoni, mais discreto, em 15º lugar.

Marinoni roda, cai para último, mas na quarta volta já é o 2º com Pintacuda liderando desde a volta anterior. A pouca potência do Fiat de Chico Landi o renegou ao 5º posto.
O italiano Marinoni roda de novo entre a Rua Canadá e Av. Brasil, danifica seu carro e perde posições ao ter que descer do carro para fazê-lo prosseguir na prova.

Com isso, a sensação Hellé-Nice assume o 2º posto seguida do brasileiro Manuel de Teffé. Na 6ª volta, o líder Pintacuda começa a se afastar dos outros concorrentes, enquanto a segunda colocada, Hellé-Nice, passa a ser pressionada por Teffé. Hellé-Nice para na 50ª volta para por gasolina e água, o que a faz perder o 3º posto para Teffé na 52ª volta. A partir daí, a francesa tem 30" de desvantagem para o brasileiro e novamente empolga a multidão com seu desempenho. Faltavam somente quatro voltas para o final, e Hellé-Nice tirava 5" por volta sobre Teffé!

Depois da reta oposta, Hellé-Nice tinha 5" de desvantagem para Teffé e continuava a se aproximar do brasileiro em busca da 3ª posição. Ambos tinham duas voltas de desvantagem para o líder e uma para o 2º colocado. Na curva da Av. Brasil esquina da Rua Atlântica, Teffé abriu demais, perdeu tempo e Hellé-Nice emparelhou com ele. Ao entrar na reta final da Av. Brasil, Teffé ganhou distância. Atravessaram a Rua Colômbia. Às 11h59min, Pintacuda atingiu a linha de chegada para vencer a prova a uma média de 104,45 km/h. Aí a população se agitou para melhor enxergar a disputa entre Teffé e Hellé-Nice, pelo 3º lugar.
Faltavam poucos metros para a chegada, quando Teffé foi para o lado direito da pista.

O acidente

A grande emoção estava reservada para o final da prova quando Hellé-Nice disputava o terceiro lugar com Manuel de Teffé, forçando a ultrapassagem em diversos pontos do trajeto. Em uma dessas tentativas as rodas dos carros se tocaram e Hellé-Nice decolou com seu Alfa Romeo sobre o público presente.

A consequência foi desastrosa, três mortos e 30 feridos. Entre as vítimas fatais, um soldado que absorveu o impacto do corpo de Hellé-Nice na queda ao ser lançada dez metros para fora do carro.

As versões sobre este acidente suscitam discussões até hoje. Segundo Wilson Fittipaldi, pai de Emerson e Wilsinho, que estava presente na época com 16 anos, Manuel de Teffé fechou de maneira irregular o carro de Hellé-Nice, provocando o acidente "Ele não admitia ser ultrapassado por uma mulher”. Outras versões chegam a citar um fardo de feno jogado no meio da pista ou um espectador que a teria atravessou, Hellé-Nice tentou e perdeu o controle do carro.

Hellé-Nice ao depor não se lembrava do momento do acidente. Ela teve concussão cerebral, escoriações no rosto, contusão no cotovelo e na região escapular. Foi internada no Sanatório Santa Catharina, com boa recuperação e, dias depois, recebeu alta médica.

Apesar das acusações contra Manuel de Teffé, formalizada também pelo mecânico de Hellé-Nice, o brasileiro não foi considerado culpado. Devido ao acidente e ao fato de alguns carros que não poderem cruzar a linha de chegada, somente seis carros foram oficialmente classificados. Helle ficou com o 4º lugar.

A repercussão do acidente no Brasil

Diversas entidades e órgãos do estado se manifestaram em solidariedade às vitimas e parentes das vítimas do acidente. Organizaram arrecadações para doar a todos envolvidos e a Hellé-Nice, inclusive para a recuperação de seu automóvel. Um site inglês cita que as autoridades brasileiras se responsabilizaram pelo acidente, falta de segurança, pagando uma grande soma indenizatória à piloto francesa. Segundo informações de contatos do meio antigomobilista, o Alfa Romeo de Hellé-Nice permaneceu no Brasil, apreendido pelo DETRAN de São Paulo. Um conhecido colecionador paulista adquiriu o automóvel. Com as partes que sobraram construiu um híbrido e o restante das peças que se pulverizaram estão em um museu no interior paulista.

Hellé-Nice é vista como heroína pelo povo brasileiro, seu pseudônimo foi disputado pelas futuras mães que a homenagearam registrando suas filhas como Helenice ou Elenice.

As tentativas para voltar a correr os grandes prêmios

O terrível acidente em São Paulo marcou definitivamente a vida de Hellé-Nice, mas com o passar do tempo ela começou a arquitetar a sua volta às pistas. Em 1937 ela arrisca a sua volta na esperança em participar da Mille Miglia na Italia e no Trípoli Grand Prix na Líbia, este último oferecia uma grande soma em dinheiro como prêmio. Encontrou sérias dificuldades em obter apoio suficiente para oficializar o seu retorno.

Às vésperas da Segunda Guerra Mundial, Hellé-Nice retoma as competições participando do trial endurance para mulheres organizado pela companhia petrolífera Yacco em Montlhéry na França. Seu desempenho é notório. Guiou por dez dias e dez noites, quebrando dez recordes em um mesmo dia. Nesta prova Hellé se revezava com mais quatro mulheres.

Pelos próximos dois anos ela competiu em ralis na esperança de voltar a correr pela Bugatti. No entanto, em agosto de 1939 seu grande amigo Jean Bugatti morre em um acidente ao testar um novo modelo Bugatti. Um mês depois, começou a Segunda Guerra Mundial. Em 1943 durante a ocupação das tropas nazistas na França, Hellé-Nice se recolhe em sua residência em Paris, mas a sua vida torna-se insuportável e ela decide fixar residência em Nice. Leva consigo um de seus amantes durante todo o período da guerra.

O início do fim de Hellé-Nice

Em 1949 é anunciado o primeiro Rallye de Monte Carlo do pós-guerra e Hellé-Nice se inscreve para a prova, sua grande chance de voltar segura e confiante. Em uma grande festa organizada para comemorar a volta da competição, Louis Chiron, o filho predileto de Mônaco, várias vezes campeão de Gran Prix, repentinamente atravessa o salão e em voz alta acusa Hellé-Nice de ser colaboradora da Gestapo durante a guerra. Naquele tempo uma acusação como essa poderia arruinar a carreira de qualquer um, vindo do poderoso Louis Chiron era muito pior, não havia nem a necessidade de apresentar provas.

A consequência foi a pior possível, Hellé não conseguiu participar deste rali, perdeu patrocinadores, os amigos, conhecidos e o amante a abandonaram completamente, seu sócio suíço investiu mal o seu dinheiro. Seu nome caiu no esquecimento assim como toda a sua história de vitórias e feitos notáveis desapareceram por completo, ela foi varrida da memória de todos.

Em sérias dificuldades financeiras foi obrigada a aceitar a caridade de uma organização de Paris, La Roue Tourne, criada para dar assistência aos artistas do teatro antigo em estado de abandono. A situação de Hellé-Nice piorou quando morre sua mãe e sua irmã mais nova, Solange, toma posse dos bens, o que não é muito, negando totalmente auxílio a Hellé-Nice.

Uma mulher que brilhou como poucas no século XX, pioneira e corajosa, participou de mais de setenta provas automobilísticas, passou seus últimos anos de vida em um apartamento invadido por ratos num beco da periferia de Nice, por vergonha e medo em ter sua identidade descoberta, usava um nome fictício. Afastada da família por anos, em 1984 aos 84 anos de idade morreu sem amigos, sem dinheiro e completamente esquecida pelas pessoas ricas e fascinantes que integravam os Grandes Prêmios da França. Mariette Helen Delangle foi cremada, a organização parisiense de caridade custeou a cremação e enviou as cinzas para sua irmã na aldeia de Saint-Mesme onde seus pais estavam sepultados.
No tumulo da família o nome de Hellé-Nice não está mencionado na lápide. As acusações de Louis Chiron nunca foram comprovadas. A escritora Mirnada Seymour, autora da biografia de Hellé-Nice, pesquisou a fundo a procedência desta acusação. Em documentos oficiais enviados por Berlim pelas autoridades alemãs, Hellé-Nice nunca foi uma agente da Gestapo.

O caluniador

O causador de toda esta desgraça na vida de Hellé-Nice, o piloto Louis Chiron, que dividiu a pista com ela em diversas competições, nunca pagou pelo seu crime. Com essa atitude repulsiva, fica claro seu preconceito e a inveja em relação a Hellé. Chiron era conhecido por sua arrogância e egocentrismo. Existe uma citação da ira de Chiron por ela ter vivido em relativo luxo na Riviera Francesa durante o período da guerra. O piloto, por ter sido membro da Resistência Francesa, direcionou suas suspeitas para Hellé-Nice.

Impune, esse senhor corre pela última vez no Grande Premio de Mônaco, em 1955, e conquista o recorde como o piloto mais idoso a participar de um campeonato mundial, aos 55 anos de idade.

O livro e a Fundação Hellé-Nice

Graças à escritora norte- americana Miranda Seymour, o mundo começa a conhecer a apaixonante história da espetacular Mademoiselle Hellé-Nice. O livro The Bugatti Queen, lançado em 2004, despertou o interesse da mídia e inspira projetos como a The Hellé-Nice Foundation, criada em 2008 por Sheryl Greene, em Atlanta, nos Estados Unidos. Esta fundação visa captar recursos para financiar jovens mulheres que queiram iniciar a carreira de pilotos no automobilismo.

Este artigo é intencionalmente publicado no mês de março em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. A todas as mulheres que ousam superar seus próprios limites, deixando marcas como exemplo de determinação e coragem, nosso muito obrigado.

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Fonte: Revista Web Motors
Essa é minha pequena homenagem à Dona Helle Nice, mãe da Ana, minha ex-esposa... Que Deus a tenha em bom lugar, por que ela merece...

domingo, 12 de setembro de 2010

Ópera em idioma klingon (!) estreia na Holanda


HAIA, 10 de setembro (Reuters Life!) - DaHjaj 'oH Qaq jaj vaD bI'reS. Não, sua tela não está quebrada. A frase no idioma klingon significa "hoje é um bom dia para a ópera".

A língua inventada foi falada pela primeira vez por alienígenas fictícios do universo de "Jornada nas Estrelas" e depois adotada por seres humanos pelo mundo.

Agora, o estranho idioma está sendo usado em uma ópera, que estreia na sexta-feira na cidade holandesa de Haia.

A ópera é um dos pilares da cultura Klingon, que faz parte dos fundamentos de "Jornada nas Estrelas", e levou à criação do espetáculo "U" (representando "universo" ou "universal).

"Os Klingon são conhecidos por serem amantes da ópera, mas ao mesmo tempo muito pouco se sabe da ópera Klingon por aqui, então até onde eu saiba esse é um desafio muito interessante para fazer de forma autêntica, ou tão autêntico quanto possível", disse o criador Floris Schonfeld à Reuters TV.

O espetáculo de 90 minutos conta a história de Kahless o Inesquecível, conhecido como o primeiro imperador Klingon. Os ingressos estão à venda para as apresentações no teatro de Zeebelt, que tem cerca de 100 lugares.

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O.O Klingons gostam de ópera?? Fonte: Yahoo Notícias

Há 44 anos, começava a Jornada nas Estrelas

por Carlos Orsi

Esta semana foi meio cheia, então não consegui postar no dia certo, mas vamos lá: em 8 de setembro de 1966, ia ao ar, nos Estados Unidos, o primeiro episódio de Jornada nas Estrelas a ser exibido — The Man Trap, no qual um monstro alienígena se faz passar pela ex-namorada do Dr. McCoy.

Man Trap não foi o primeiro episódio produzido — todos provavelmente conhecem a história de como o primeiro piloto, The Cage, estrelado por Jeffrey Hunter no papel de capitão Christopher Pike, foi rejeitado por ser “intelectual demais”. Quando Hunter se recusou afazer um segundo piloto, o caminho estava aberto para a entrada de William Shatner na história.

(Man Trap também não é o segundo piloto; nesse, Onde Nenhum Homem Jamais Esteve, o médico não era McCoy)

Eu me lembro de estar no último ano de faculdade quando houve a celebração dos 25 anos do seriado, o que faz de mim uma pessoa velha o suficiente para ter assistido a Jornada nas Estrelas na TV aberta (era na Bandeirantes?), mas jovem demais para ter pego a estreia do programa. Na época do jubileu de prata, escrevi um artigo curto para um fanzine sobre a série — antes do PDF, essas coisas eram feitas em sulfite e xerox.

Quase quatro décadas e meia depois do início, Jornada nas Estrelas é um fenômeno difícil de analisar. A perspectiva histórica, nesse caso, não ajuda muito, porque produz facilmente duas avaliações extremas — ”seriado brega e datado idolatrado por nerds” ou “obra genial e visionária de ficção científica” — que não são, nenhuma delas, exatamente corretas.

Sou suspeito para falar, mas creio que a verdade está mais perto da segunda posição, com mais ênfase em visionária — pelos caminhos que abriu em sua mídia específica, a televisão — do que realmente em genial.

Talvez Jornada nas Estrelas tenha sido o primeiro (o único?) seriado de TV a gerar numa espécie de mitologia que acabou ganhando vida própria, não só se mantendo nos períodos em que não havia nenhum produto da franquia sendo exibido como, ainda, penetrando a cultura popular (veja-se a quantia incontável de paródias e citações — e o fato de o primeiro ônibus espacial construído pelos EUA ter se chamado Enterprise).

O filme mais recente, de 2009, parece ser mais um indício disso. Lembro-me de ter lido em algum lugar que uma pessoa envolvida na produção, perguntada se o público não estranharia ver os personagens da série original na pele de novos atores, teria respondido algo na linha de “Hamlet também foi interpretado por diversos atores diferentes”.

Hamlet e Capitão Kirk! Talvez uma comparação melhor fosse não com um personagem tão fortemente associado a um autor único e a uma obra famosa, mas com uma figura mítica, protagonista de ciclos de histórias, como Hércules — ou, melhor ainda, Jasão (que comandava uma nau) e Teseu (que seduziu a filha do vilão, algo tipicamente “kirkiesco”).

Abaixo, a abertura da segunda temporada da série, onde DeForest Kelley/Dr. McCoy já aparecia nos créditos iniciais:

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De volta, depois de um longo inverno (mas ainda sem chegar ao verão) indo aonde Homem Nenhum Jamais Esteve... Fonte: Blogs do Estadão


terça-feira, 25 de maio de 2010

Problemas práticos da canalhice teórica

by João Baldi Jr.

Essa é uma coisa que já aconteceu com quase todo cara gente boa, legal ou bonzinho. Uma noite você ouve o seu centésimo “eu gosto de você, mas só como amigo” ou o seu sexagésimo “não estou pronta pra entrar num relacionamento sério” ou o seu nonagésimo oitavo “você é legal demais” e vai dormir revoltado com a vida. Aí no dia seguinte você começa a juntar as pecinhas, vê quais são seus colegas que mais se dão bem com as mulheres, lembra que o Zé Mayer sempre tem um final feliz nas novelas, lê duas notas no R7 sobre o Dado Dolabella e pensa “é isso, eu vou virar um canalha. Aí as mulheres vão me respeitar e gostar de mim”. Infelizmente, porém, passar de cara bonzinho pra canalha não é algo fácil como, sei lá, passar de Anakin pra Darth Vader (cortam sua mão, te queimam, você senta numa cama, um cara diz “riiiise” e pronto, tá resolvido,“e cara, como você ficou bem de preto!”).

Na verdade pra um cara bonzinho é muito complicado, praticamente impossível, se tornar um canalha de verdade. Primeiro por causa dos cacoetes que você pega sendo “gente boa”, numa espécie de LER de caráter, por assim dizer. Você está acostumado a se preocupar com a garota, a ligar no dia seguinte, a dar seu telefone verdadeiro, a responder de forma sincera perguntas diretas e vai ser muito complicado fazer a transição para coisas como não ligar, não se preocupar, dar o antigo telefone do seu pai (de outro estado e já cancelado) e perguntar de forma direta se ela vai querer transar hoje ou você vai ter que ir conversar com outra pessoa. E claro, mesmo se você fizer isso a sua consciência (que ainda é a de um cara bonzinho) vai te dizer que não, isso é errado, você foi um canalha e apenas Barney Stinson tem o direito de usar a Lei do Limão em encontros.

Também existem, é claro, as características mais inatas do cara canalha, como a confiança que ele praticamente exsuda, transpira e irradia (enquanto você apenas fica com as mãos suadas mesmo), a de que ele quase sempre é aquele cara que as garotas consideram charmoso, ainda que a gente não saiba dizer se ele é charmoso por ser canalha ou canalha por ser charmoso (e isso de ser charmoso é mais ou menos como ser vegetariano: pra nós que não somos não tem como entender de que jeito alguém consegue ser) entre tantos outros que são bem complicados de replicar, simular e que definitivamente não vão surgir do nada mesmo que seu amigo coloque um capuz e fique gritando “riiiiiise” a noite toda. (e sim, precisamos aprender a diferenciar as coisas legais e engraçadas das coisas produtivas)

Mas dentre todas essas características complicadas de imitar existem duas que são realmente complexas, que são a forma de pensar do canalha e a rotina do canalha. Afinal, o canalha deve (ao menos teoricamente) pensar da mesma forma que um predador bem treinado: onde você vê garotas ele vê alvos, onde você vê um papo inocente ele vê o começo de uma cadeia de fatos que levará inevitavelmente a sexo sadomasoquista numa banheira e onde você um possível relacionamento ele vê, sei lá, um sabre de luz portado por um ninja assassino. Ou algo assim. Da mesma forma a rotina dele é focada apenas no processo de conquista, porque boa parte do tempo dele é dedicado a conseguir garotas, seja pelos meios que for. Ou seja, canalhas não tem tempo pra maratonas de Lost, canalhas não atualizam seus blogs (ou se fazem, é de forma muito esparsa e apenas com vídeos e fotos), canalhas não sabem o que está acontecendo em Brightest Day ou Heroic Age (e como assim ressuscitaram o Aquaman, hein? pra que? pra matar ele de novo semana que vem?) e sério, canalhas não fazem campeonatos de X-Box no meio da semana. Não, nem mesmo Fifa, meu caro.

E disso ficam 3 lições importantes pra vida de qualquer cara “bonzinho”: ser canalha é mais complicado do que parece, ser um cara legal te ajuda a estar em dia com seus quandrinhos e seriados e…bem, canalhas podem ter mais sorte com as mulheres mas você sempre poderá descontar isso surrando-os impiedosamente no Marvel VS Capcom (quando eles tiverem tempo pra isso).

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J, você escreve o que eu penso. Isso não vale.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Top 5 – Problemas de se tornar o último solteiro do grupo

João Baldi Jr.

A surpresa: Uma noite você está com vários amigos solteiros, fazendo coisas de solteiros em lugares de solteiros como, sei lá, ir pra um bar dizer pra garotas que elas deveriam te beijar porque você está com uma doença degenerativa muito grave que só te dá mais 3 horas de vida. ("Ah, e meu relógio está atrasado, meu deus!") E logo depois, na semana seguinte, você tenta telefonar pros seus amigos e um diz que tem um ensaio de batizado, o outro diz que parou de beber e um terceiro diz que vai sair pra uma noite de vinhos e queijos. Aí você nota que casais são como gremlins, eles parecem fofos, você anda com eles, mas um dia um deles se molha após as 22:00 e tudo que você vê são casais ao seu lado. Engraçado, mas de modo algum civilizado.

O abandono: Se para um casal apaixonado bastam um e o outro (óun), um solteiro depende de toda uma rede social de contatos, amizades, wingmen, informantes e consultores. Mais do que uma atividade solitária, estar solteiro é uma atividade social que exige toda uma logística e todo um suporte que claramente ficam prejudicados quando todo o seu grupo de apoio simplesmente decide debandar e assumir relacionamentos, sem a menor consideração pelo vácuo que isso vai deixar na sua vida. Então depois, quando você começa a sair aos finais de semana para beber com um amigo imaginário chamado Steve, que gosta de contar piadas de comunista e cuja música favorita é Baby's got back, as pessoas não tem a menor razão em chamar você de maluco.

A felicidade lisérgica: Pessoas apaixonadas são muito, mas muito, mas muito sorridentes. Eu posso dizer, com segurança, que no último feriado eu vi mais dentes do que vários dentistas profissionais com mais de 20 ou 25 anos de experiência já devem ter visto e ainda que isso seja uma coisa legal, porque eu sinceramente fico feliz pelos meus amigos apaixonados (exceto quando eles cantam Bon Jovi, começam o lance do “desliga você”, “ah, não, desliga você” ou usam apelidos carinhosos como “pupuzinha do papai”) isso é um pouco chato porque quase sempre te torna o ranzinza, o chato, o reclamão do grupo. O carro bate, o hotel pega fogo, existem tubarões no mar, a cidade é invadida por um homem gigante vestido de lagarto segurando uma baguete de plutônio e tudo que eles conseguem dizer é “nossa, amor, que pôr-do-sol lindo, não é, fofuchinha?” sobrando sempre pra você a tarefa de dizer que tem algo de errado acontecendo. É uma baguete de plutônio, pelo amor de deus!

A pressão: Uma coisa que você descobre quando se torna o último solteiro de um grupo é que existe uma grande pressão para que você mude de status, seja achando uma namorada (o que fecharia o grupo só em casais) ou morrendo (o que fecharia o grupo só em casais e possivelmente facilitaria a divisão dos taxis na hora de sair). Tal qual um cadáver resultante de uma vendetta mafiosa ou a coleção de pornô de um recém-casado, começarão as tentativas de desovar você pra qualquer lado possível, assim como uma pressão pra que você leve qualquer relacionamento seu mais a sério, desde seu relacionamento com alguma garota até seu cartão de milhagem.

A paranóia: Mesmo que seja uma decisão totalmente voluntária da sua parte, sempre que todo mundo está namorando e você não, acabam vindo a sua mente perguntas do tipo “por que só eu estou solteiro? qual o motivo? eu tenho algum problema?”. E ainda que em certos casos (como o meu, por exemplo) as respostas sejam claras , esse tipo de pergunta sempre acaba minando parte da sua confiança e te deixando na paranóia de que você está sozinho por algum tipo de razão ou problema que você tenha. O que, ainda que seja a mais pura e absoluta verdade, não deixa de ser um troço chato pra se pensar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Problemas práticos do romantismo teórico - VIII

Por Jluismith

Um dos grandes problemas esquemáticos que os envolvimentos românticos sempre apresentaram pra mim é a total e absoluta ausência de qualquer mecanismo de garantia de reciprocidade ou compensação. É aquela coisa, você gostar de alguém não garante que essa pessoa goste de você no mesmo nível, quer dizer, nem mesmo implica que ela goste de você em qualquer nível ou sei lá, reconheça a sua existência no campo legal e moral (“sério, pra mim você não existe. é como...sei lá, eu sou a China e você é Taiwan. eu simplesmente não vou reconhecer a sua existência, sabe?”). Ou seja, basicamente não garante nada, se você for pensar.

Mas com o tempo a gente acaba, é claro, desenvolvendo mecanismos pra lidar com isso, de uma forma ou de outra. As experiências prévias, o amadurecimento, tudo isso acaba te ajudando a aprender a lidar com os diversos níveis de rejeição, tanto no âmbito romântico como em outros níveis interpessoais, profissionais e etc. Pequenas paixonites são resolvidas com horas de vídeo-game; grandes paixões com noites de bar, bebida e bate papo com amigos; amores de verdade com música triste no mp3, filmes da Meg Ryan, relacionamentos-rebote e o já famoso brigadeiro rosa (que simboliza como poucos alimentos o verdadeiro sentido da tristeza e degradação humana), e cada um vai aprendendo seus próprios limites e sua própria forma de lidar com o fato de não ser correspondido de uma forma ou de outra.

Mas uma coisa pra qual a gente acaba não se preparando bem com o passar dos tempos é pra ser a pessoa que não corresponde, ou seja, o outro vetor do processo de rejeição. Porque ser rejeitado é ruim, claro, droga, que saco, essa coisa que você ouviu caindo no chão e fazendo clec-clec foi meu pequeno coração partido, mas é algo com o qual, como eu já disse, a gente sabe lidar. Ela não gosta de mim então eu vou jogar vídeo-game, sair com meus amigos, beber, escrever algumas coisas engraçadas sobre o assunto no blog, talvez uns contos em que a personagem principal tenha o nome dela e bem, vou processando o fato. Simples, relativamente tranqüilo, sob controle. Been there, done that. Mas rejeitar é outra coisa.

Primeiro porque quando você rejeita existe sempre uma ponta de culpa. “Puxa, ela é tão legal, ela é bonita, ela é uma ótima garota, eu deveria querer ficar com ela, namorar, sei lá”. Mas não, você não quer. Por alguma razão dessas que você não compreende e que na sua cabeça é algo tão misterioso quanto o local pra onde vão as meias e guarda-chuvas perdidos, tudo que ela tem de legal e interessante (e podem ser até muitas coisas) simplesmente não tem tanta graça pra você quanto o que outra garota tem no momento ou mesmo tem muita graça, muito interesse, mas simplesmente não causa em você o que você considera necessário pra entrar num relacionamento. Sim, ela é ótima, legal, interessante e você gosta dela, mas por algum azar do destino você não está genuinamente apaixonado, e por outro azar, esse maior ainda, você é do tipo que só entraria num relacionamento se estivesse. (ou ela também pode ter te encontrado na fase do “não estou preparado para um relacionamento”, um conceito que vai merecer um post próprio)

E claro, com isso vem os riscos e as tentações. Afinal, ali está uma pessoa disponível e interessada (quase sempre também interessante) que está segurando uma plaquinha onde se lê o refrão de El Scorcho, do Weezer, e cujos sentimentos você sabe que não pode retribuir de forma honesta, sem mentir ou criar ilusões. E claro, é óbvio qual é a coisa certa a ser feita, mas é sempre um processo complicado fazer a coisa certa quando “a coisa certa” envolve dizer não para a garota atraente e totalmente empolgada contigo na mesa ao lado (e vamos admitir que essa situação não se apresenta lá com essa freqüência toda).

Com o tempo o que acabou ficando pra mim é que rejeitar é um processo tão (ou mais) complexo quanto ser rejeitado, com a diferença de que quando você é rejeitado você ao menos controla mais etapas e leva algum capital moral (pense em quantas boas músicas você conhece sobre pessoas que foram rejeitadas e em quantas escritas do ponto de vista de quem rejeitou, por exemplo). Negar afeto ou afundar um barco que a outra pessoa achava ser capaz de atravessar as mais íngremes corredeiras* acaba parecendo pra mim uma tarefa um tanto quanto mais complicada do que ouvir um “olha, João, eu gosto de você mas como amigo” ou um “não vai rolar mesmo, desculpa” ou um “não, senhor, não vendemos máscaras do Homem-Aranha, não, não temos previsão de vender, pare de ligar, sério, por favor”. Talvez seja uma questão de hábito, temperamento ou apenas falta de coragem pra lidar com certas situações, mas acho que no final das contas eu devo ser do tipo que prefere ouvir um não do que dizer um não. E, como eu já disse antes, com essa dificuldade para dizer não eu realmente teria uma fama muito, mas muito ruim no colégio se fosse uma garota.

*Este trecho foi livremente copiado de um daqueles livros da série “Bianca” lidos num consultório médico.

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Passando exaaatamente por isso...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Computador usado no filme "War Games" será vendido

Avaliado em aproximadamente U$25mil, o dispositivo é considerado o computador pessoalmais caro do mundo

Por Fabiana Baioni

A versão original do IMSAI 8080, computador utilizado no filme “War Games” (Jogos de Guerra, na tradução para o português) de 1983 será colocado à venda.

Cenas do filme War Games. Crédito: Original Prop  Blog/Reprodução

Cenas do filme War Games. Crédito: Original Prop Blog/Reprodução

De acordo com o site Original Prop Blog, Thomas “Todd” Fischer, proprietário do aparelho e mantenedor do site IMSAI.net anunciou que o plano de vender o dispositivo ainda está em fase de negociação, mas que deve sair do papel em breve.

O IMSAI 8080, juntamente com o MITS Altair 8800 e mais alguns outros microcomputadores da década de 70, é considerado o precursor dos computadores pessoais modernos. Lançado em 1975, era um clone do Altair – e, por isso, é considerado um dos primeiros clones da história dos PCs. Seu processador era o Intel 8080, que serviu de base para o lendário Z80 da Zilog (o “cérebro” de grande parcela dos computadores pessoais vendidos no mundo na década de 80) e para o 8086, que equipava o primeiro IBM-PC e é o tararavô dos modernos Core 2 e Atom, da Intel. O IMSAI e o Altair podem, portanto, ser considerados, sem exagero, antepassados diretos dos PCs modernos – inclusive dos atuais Macs.

Fischer diz em seu site que o IMSAI 8080 usado no filme War Games é considerado um dos cinco melhores Movie Computers de todos os tempos, sendo o único produto da lista realmente comercializado. Para ele, o computador deve ser preservado como uma “peça de significado histórico", já que seu surgimento, em meados dos anos 70, “contribuiu significativamente para uma nova tecnologia digital”.

Ainda de acordo com o Original Promp Blog, o dispositivo está avaliado em cerca de U$25mil, tornando-se o computador pessoal mais caro do mundo. Os detalhes da venda do produto estão sendo tratados com o renomado curador de computadores Sellam Ismail.

O trailer original do filme War Games, considerado um clássico do mundo geek e onde o IMSAI figura em destaque, pode ser visto pelo link bit.ly/war_games.

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Fonte: Geek

10 coisas que foram eliminadas ou arruinadas, pela Internet (e 5 que escaparam)

Para alguns, a internet é "matadora" - literalmente. Dos jornais e páginas amarelas à privacidade e contato pessoal, a rede já foi acusada de assassinar, eviscerar, arruinar e obliterar mais coisas do que o Incrível Hulk. Algumas acusações são mais verdadeiras que outras, mas a rede com certeza já fez um bom número de vítimas.

A seguir, dez coisas que foram praticamente extintas por ela, e cinco que ainda sobrevivem

1. Confiança nas enciclopédias

Quando eu era um garoto, se algo estava na Enciclopédia Britânica era verdade. Agora - graças à Wikipedia - ter "conhecimento enciclopédico" sobre determinado tópico não é tão impressionante quando você leva em conta que há boa chance de que o que você pensa que sabe foi inventado por um moleque de 12 anos. Depois que um estudo elaborado em 2005 pela revista britânica Nature mostrou que a Wikipedia e a Britânica são igualmente imprecisas, a fé nas enciclopédias despencou. A Britânica atacou o estudo, dizendo que sua metodologia tinha "falhas mortais", mas era tarde demais.

Também morreu: a confiança em estudos sobre as enciclopédias.

2. Discussões na mesa de bar

Antigamente era possível matar muitas horas, e ainda mais neurônios, tomando cerveja e discutindo sobre trivia obscura. Quem foi o melhor jogador, Maradona ou Pelé? Em uma disputa mano-a-mano, quem ganharia: Robinho ou Garrincha? Agora, sempre que um fato é questionado, alguém puxa um smartphone e faz uma busca no Google, ou uma consulta ao Wolfram Alpha, e solta uma análise estatística completa sobre o tema. Qual a graça disso?

3. Aquela paixão do passado

Não importa qual o estado do seu relacionamento atual, sempre era possível escapar por alguns minutos sonhando com as paixões que se foram. Em sua mente, elas continuam tão irresistíveis quanto décadas atrás, quando eram o capitão do time de futebol ou a líder das jogadoras de vôlei. Mas agora todo mundo está no Facebook. E adivinha só? Se as fotos forem atuais, estas pessoas estão tão velhas, e gordas, quanto você.

A boa notícia? Talvez você não se importe. Há uma razão para o Facebook ser apontado como um dos motivos para 20% dos divórcios nos EUA no ano passado. E tenha cuidado com quem você reencontra: pesquisadores britânicos notaram um aumento significativo no número de doenças sexualmente transmissíveis entre a população inglesa graças em parte ao, dizem eles, aumento no número de encontros arranjados através de redes sociais.

4. Discussões civilizadas

A prática de "discordar respeitosamente" está praticamente morta, graças à internet. Falta de educação e ofensas evoluíram para verdadeiras formas de entretenimento, e sites inteiros são dedicados apenas a documentar as discussões mais acaloradas, conhecidas como "flame wars". E embora seja possível encontrar alguns fóruns de discussão e comunidades que encorajam as boas maneiras e penalizam quem ofende, estas estão se tornando incrivelmente raras.

Não concorda? Então vai pros comentários que eu vou te quebrar, palhaço!

5. Ouvir um disco inteiro

Você se lembra de colocar Dark Side of the Moon no toca-discos ou Graceland no CD Player? Seus filhos não vão se lembrar. Não só a idéia de música entregue em uma mídia física parecerá totalmente ultrapassado, como todo o conceito de "álbum" (sem falar em "álbum conceitual") passará batido por eles. Ao longo da década passada, as vendas de álbums completos nos EUA, mesmo em versões digitais, caíram 55% para chegar a apenas US$ 400 milhões em 2009, de acordo com o Nielsen Soundscan. Durante o mesmo período, as vendas de faixas individuais foram de zero para quase US$ 1.2 bilhão.

O iTunes da Apple e as redes de compartilhamento de arquivos destruíram completamente a noção de ouvir mais de uma música de determinado artista de cada vez. "Pai, como você fazia antes da Apple inventar o Shuffle? Caramba, como você é velho!"

6. Perícia

Antes da internet, se você quisesse ser considerado um perito em determinado assunto precisaria ter experiência e qualificação na área. Agora tudo o que é preciso é de um blog e uma quantidade suficiente de cara-de-pau. Por exemplo, em uma pesquisa recente conduzida pela PR Week, 52% dos blogueiros se consideravam "jornalistas". Talvez porque se considerar um mero "digitador" não é tão impressionante.

7. A reputação da Nigéria

Houve um tempo em que a Nigéria era uma nação soberana na África cujo principal produto de exportação era o petróleo. Agora, seu principal produto parecem ser mensagens de e-mail falsas procurando otários dispostos a ajudar ex-ministros a roubar milhões de dólares. O nome do país ficou tão associado a estas mensagens que elas ficaram conhecidas como "Golpe 419" (419 Scam), por causa da seção do código-penal nigeriano que violam.

Mas nós temos um meio para consertar a reputação nigeriana. Vamos divulgá-lo assim que alguém de lá depositar US$ 35 milhões em uma de nossas contas numeradas na Suíça.

8. Ortografia

Você pode culpar o crescimento das mensages de texto, o Windows Live Messenger ou mesmo o Twitter pela morte do bom português (e inglês, e muitos outros idiomas), embora padrões menos rigorosos de qualidade adotados por blogueiros também tenham sua parcela de culpa. Será que o último revisor a sair pode "apagah as lus", ops, "apagar as luzes"?

9. Celebridades

Nos velhos tempos uma pessoa precisaria ser muito bonita ou talentosa para ser famosa. Agora, graças aos "reality shows", vídeos virais e redes sociais, quão mais gorda e imbecil ela for, melhores as chances de se tornar conhecida; Por exemplo, seus últimos 17 filmes podem ter sido uma droga (Kevin Smith, estamos falando com você), mas se você tem mais de 1.6 milhões de seguidores no Twitter, quem se importa? De fato, a batalha do rotundo diretor com a American Airlines após ele ter sido retirado de um vôo por ser gordo demais com certeza foi melhor que filmes como "Cop Out".

10. Sexo

Era algo misterioso e excitante. Para ver dois estranhos em pleno ato era preciso ir a um cinema pornô ou se tornar um voyeur. Agora a pornografia está em toda a parte, e novos vídeos de sexo com "celebridades" aparecem na rede a cada poucas semanas (felizmente, nenhum deles com o Kevin Smith). Qualquer um que tenha visto mais do que cinco minutos de "1 Night in Paris" está mais familiarizado com a anatomia da Srta. Hilton do que o ginecologista dela. Sim, sexo é cada vez mais abundante, graças à internet. Mas sabem o que ele não é mais? Sexy.


Cinco coisas que a internet não matou ou arruinou

1. Fé cega

Era de se esperar que a implosão das .com tivesse ensinado alguma coisa às pessoas. Mas estávamos errados. A fé cega nas novas tecnologias se mudou para as mídias sociais, e ultimamente anda junto com o iPad, da Apple. "Vai mudar sua vida!". Claro....


2. A confiança na "sabedoria das multidões"

Só não sabemos ainda o porquê. Qualquer um que já tenha usado sites como o Digg, Reddit ou mesmo Google sabe que as coisas mais populares na Internet são raramente as melhores. No final das contas, as multidões não são melhores que os indivíduos. São só mais barulhentas.


3. Lojas "de verdade"

As boas e velhas lojas "de verdade" ainda estão conosco, apesar dos esforços da Amazon, Buy.com e similares.


4. Disfarces

A internet permite que as pessoas se reinventem de formas que nunca seriam possíveis no mundo real. Você pode ser um gordo de 40 anos que não consegue mais ver os dedões do próprio pé há uma década, mas seu avatar no Second Life é um garotão sarado. Com pele azul e um rabo.


5. Chuck Norris

Só Chuck Norris é poderoso o suficiente para matar Chuck Norris, e ainda assim ele se replicaria automaticamente.

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Fonte: Yahoo! Tecnologia

sexta-feira, 26 de março de 2010

3ª temporada, episódio 17

by João Baldi Jr.

Às vezes a gente estraga tudo. Estraga tudo com um trabalho, com uma pessoa, com uma situação, com uma noite, com alguma coisa. Quebramos alguma regra implícita que mantinha as coisas funcionando, ultrapassamos algum limite que nós mesmos havíamos criado pra esse tipo de situação, vamos mais longe do que deveríamos ir e estragamos alguma coisa que simplesmente não fazemos a menor idéia de como consertar (se é que existe realmente a possibilidade de consertar).Quase nunca fazemos isso voluntariamente, claro, mas em boa parte das vezes nós sabemos que o que estamos fazendo tem uma grande tendência a ferrar com algo que consideramos importante, mas mesmo assim por alguma razão absolutamente idiota e que vai parecer abissalmente mais idiota depois que tudo estiver devidamente ferrado, nós continuamos seguindo aquela linha que vai nos levar a, como eu disse no começo, estragar tudo.

Não que estragar tudo seja culpa apenas e totalmente sua. Em algumas situações você fez parte de um processo coletivo de tomada de decisões idiotas, em outros você foi colocado no meio de uma situação para a qual você realmente não tinha nenhum preparo, em alguns você simplesmente entendeu tudo errado e tomou decisões idiotas achando que elas iriam parecer corretas no fim. E claro que é só no fim que você nota que estragou tudo, porque essa não é uma percepção que você vá ter sozinho, ela vai exigir alguns momentos de contextualização e algumas informações externas que vão te dar a exata noção do quão ferrado você está em relação aquele tópico específico.

Você também pode ter atenuantes, claro. Você pode dizer que aquilo não é estragar tudo, porque em situações parecidas você não considerou que tudo estava estragado (mas nesse caso a opinião que importa não é a sua e o problema é seu se você quis ser tolerante), pode dizer que tem créditos para que isso seja relevado (mas não, não se lembram de nada certo que você fez anteriormente a essa situação em que você estragou tudo), pode dizer que existe uma boa explicação pra tudo aquilo (ainda que…não, não exista) ou pode simplesmente alegar insanidade (mas isso só funciona se o seu problema envolver algum crime previsto na constituição).

Porque o conceito exato de estragar tudo é levar o erro além do limite em que ele pode ser corrigido. É vacilar com sua namorada de uma forma que ela não vai voltar, é errar com o seu amigo de uma forma que ele diz que não quer mais a sua amizade, é decepcionar seus pais de uma forma que eles nunca mais vão confiar em você, é fazer uma besteira no trabalho que evidentemente vai te fazer perder o emprego. E claro, não é fazer todas essas coisas ao mesmo tempo, porque isso seria estragar tudo num nível épico demais e você estaria total e completamente ferrado, eu acho.

E claro, existe o dia seguinte, quando você acorda sabendo que estragou e tudo e fica pensando no que te levou a fazer aquilo e que tipo de pessoa isso te torna. Você é assim ou você agiu assim? Isso é patológico e você se tornou o tipo de pessoa que estraga as coisas? Ou você apenas foi um idiota e com esse aprendizado você vai parar de tomar certas atitudes idiotas? Porque dado o que você perdeu você tem a obrigação de tirar daí algum tipo de lição, algum tipo de ensinamento profundamente transformador que faça parecer que isso foi um aprendizado e não apenas uma idiotice. Que te faça achar que com isso você cresceu e não apenas foi um cretino. Que te faça pensar que em um dado momento a culpa de ter errado vai trocar de lugar com a sensação de que com esse erro você aprendeu alguma lição valiosa sobre você ou as pessoas e que talvez em algum momento as coisas vão se ajeitar de alguma forma parecida com a que eram antes. E claro, te faça manter em mente que não vai ser nada legal estragar tudo de novo…

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Terrível. Mas verdadeiro. Quantas vezes eu já não me senti exatamente assim? Fonte: Wrapped up in books

sexta-feira, 5 de março de 2010

Felicidade

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A Felicidade está nas coisas pequenas ;) Fonte: Anderssauro

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Personagens de todos os sistemas, uni-vos!


Um personagem de RPG é essencialmente um alter ego do jogador. As razões que levam o jogador a escolher olhos claros ao invés de escuros, cabelos longos em lugar da calvície, dois metros de altura em vez de um metro e sessenta, ser um elfo ou um anão são razões obscuras que podem depender do dia, da hora, das fases da lua, etc. Mas quando um jogador escolhe uma classe ele sabe exatamente porque o fez. As classes de personagem costumam definir muitas coisas em relação aos objetivos do personagem e sua importância dentro de um grupo. De modo geral, as classes são como um conjunto de características próprias de uma profissão ou estilo de vida e contam muito sobre o passado, o presente e o possível futuro do personagem. Por isso as classes são excelentes referências para jogadores iniciantes que desconhecem todas as possibilidades de um cenário de RPG, indicando um caminho lógico para a construção da planilha (ficha) e atuação do personagem dentro de um grupo. Ao mesmo tempo, jogadores mais experientes buscam na escolha de uma classe, determinar a dificuldade do jogo (só um jogador muito experiente escolheria ser um pacífico hobbit trabalhador numa odisséia para a destruição de um anel forjado pela própria encarnação do mal na terra-média).

A idéia de classe é bastante difundida nos sistemas de RPG e pode aparecer camuflada de muitas formas. Embora as classes aparentemente sejam mais comuns em jogos de temática medieval, isso não significa que a mesma idéia não exista em outros sistemas. Ao escolher a profissão que exercia antes de ser abraçado, um jogador de Vampiro acaba por definir que tipo de personagem este será (geralmente oscilando entre uma máquina-de-matar e o senhor-da-manipulaçã o). Nesse caso, quanto mais “normal” for o personagem, mais difícil será ganhar poder e enfrentar as dificuldades na não-vida. O extremo da classificação está em jogos no estilo D&D, onde as classes podem possuir seus próprios atributos físicos, vantagens únicas, desvantagens obrigatórias, bônus em habilidades, etc. Assim, um jogador tem sempre em mente a função que exerce dentro do grupo. Quando chegar a hora da batalha os Guerreiros, Arqueiros, Bárbaros e afins serão chamados as linhas de frente. Quando o jogo exigir malícia e furtividade, o ladrão prestará seus serviços. Quando o objetivo for se embrenhar numa floresta em perseguição ao mensageiro maligno, o Ranger o fará com maestria. E se tudo mais falhar, o Mago solta uma bola de fogo em todo mundo.

Evidentemente existem diversos cenários com diversas classes e em cada um deles os jogadores tem mais ou menos restrições ao construir seus personagens. Neste tipo de jogo, entram em cena ainda as classes especiais, que além de muito específicas e restritivas, geralmente possuem grande importância para o cenário em que se joga. As classes especiais são uma grande oportunidade de interpretação para jogadores experientes, uma vez que podem possuir características incomuns ou detestadas pela maioria dos jogadores, representando um grande desafio, além das vantagens e recompensas de pertencer àquela classe, o que faz tudo valer a pena.

Por outro lado, o extremo da não utilização das classes está em jogos como o GURPS, onde cada personagem é potencialmente qualquer coisa. Basta ter bom-senso e construir um personagem que poderia até mesmo ser uma pessoa. Esse tipo de jogo foge dos estereótipos e permite ao personagem um desenvolvimento mais livre. É claro que isso sempre dificulta a vida dos jogadores mais inexperientes além que causar alguma confusão na hora de dividir as tarefas dentro do grupo. Mas tudo isso não significa que as classes sumiram. Ao construir a planilha, sempre se imagina que tipo de personagem quer-se representar. Brutamontes truculentos, moradores de rua malandros e pessoas sábias com poderes mágicos nada mais são que genéricos das classes pré-estabelecidas.

Em suma, as classes estão presentes, de forma mais ou menos evidente, em todos os sistemas de RPG. A escolha das classes representa a vontade do jogador em criar uma figura lendária: seja uma guerreiro invencível, um mago poderoso ou o comerciante mais rico da Arábia. As classes também influenciam na dificuldade (portanto na diversão) na interpretação. As restrições impostas pelas classes em alguns sistemas não devem ser vistas como negativas, pois podem garantir a funcionalidade dos personagens, tornando a interpretação mais fácil ou mais difícil, à vontade do jogador. A liberdade dada aos jogadores em sistemas em que não há classes de forma oficial e pré-estabelecida deve ser usada com cuidado, pois seu principal objetivo é tornar possível a criação de personagens mais humanos e reais. De uma forma ou de outra, as classes têm um papel fundamental na organização dos jogos de RPG e a escolha de qualquer uma delas equivale responder uma velha questão: o que você quer ser quando crescer?
"A história da sociedade até aos nossos dias é a história da luta de classes" - Karl Marx

Do Guardião da Torre de Albon, Carrião.



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Diretamente das profundezas do meu e-mail, excelente texto do Guardião Carrião.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Barata da Vizinha

Ou "Cartas de Magic que Gostaríamos de Ver"

"E eu tinha sentado na frente do computador pra terminar de escrever a segunda parte do post sobre o meu aniversário, mas depois de quinze minutos tudo que eu tinha conseguido produzir era…isso. Portanto achei melhor deixar a segunda parte pra daqui a dois dias. Até lá."

Por Jluismith. E cliquem no "isso", para ver as demais.

...


K-kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Designers de Taiwan recriam quadro de DaVinci com placas-mãe

Engenheiros da ASUS homenageiam a empresa com a divertida colagem

Por Nátaly Dauer

Uma colagem feita a partir de placas-mãe usadas e chips de computador reproduz o quadro La Gioconda, mais conhecido como A Mona Lisa, de Leonardo DaVinci. A peça é de autoria de designers taiwaneses da Asustek, empresa detentora da marca ASUS. Apesar de apenas sugerir a pintura de Da Vinci, especialmente pela escassez dos detalhes, o mosaico compõe uma curiosa obra de arte geek.

Alguns projetistas de circuitos impressos da empresa já planejavam a execução do “quadro” desde 2008, de acordo com uma matéria do programa televisivo Nightly Business Report , da TV pública norte-americana PBS.

O blog Gadget lab da revista Wired aponta dois significados para a colagem: uma referência à tecnologia usada pela Asus para alcançar seu status e também mostrar um pouco do perfil da empresa, que apoia todos os tipos de ideias, inclusive as mais estapafúrdias. De fato, uma grande placa-mãe em forma de pintura (ou, melhor dizendo, uma grande pintura em forma de placa-mãe) faz todo o sentido para a empresa, que despontou e cresceu no mercado internacional com suas placas-mãe nos anos 90, sendo uma das corporações icônicas dos chamados então Tigres Asiáticos.

A obra foi instalada na entrada principal da sede da Asustek, em Peitou, Taiwan.

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Fonte: www.geek.com.br

Eu não sei de vocês, mas eu adorei isso! Uma Mona Lisa Impressionista! *-*

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

E se Matrix fosse um filme mudo?


por Renata Leal

Matrix é um filme cheio de efeitos especiais e comumente citado por quem gosta de tecnologia. Como ele seria se fosse um filme mudo?

Um grupo de atores russos conhecidos como “Big Difference” filmou uma paródia de Matrix como se estivéssemos no auge do cinema mudo. Tem Chaplin e tudo mais.

O resultado é bem divertido e quem conhece a trilogia nem precisa das legendas em inglês para entender as cenas. Vale ver os mais de 6 minutos.

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O.O Uma das coisas mais doidas que já vi. Pior que funciona. Fonte: infoblogs

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Retórica a Erasmo, ou Windows não é Word - Por Julia Vidile

Como nem só de pão vive o homem e nem só de letras o espírito, tenho prestado uma ou duas assistências técnicas gratuitas e solidárias a amigos, atividade conhecida por todo mundo que “trabalha com computador”. Friso que não sou especialista (e nem o pretendo), mas dentre os diversos graus existentes de analfabetismo informático creio estar em um nível privilegiado em relação à média.

Dentre as muitas queixas e pedidos a que atendi, houve um que chamou a atenção mais que os outros, e creio que merece esclarecimento público. Certo amigo meu, doutorando (e portanto pessoa acostumada a trabalhar com muitos textos), reclamava que não conseguia fazer com que o Word de seu novo netbook exibisse as páginas como fazia seu antigo computador. O caso era bem simples: ele não tinha o Word instalado e, quando clicava em um arquivo .doc, abria-se automaticamente o Wordpad. Isso se resolveu, sem qualquer despesa, com uma visita a BrOffice.org. A raiz do problema, porém, era bem mais profunda: ele não parava de repetir que sim, o netbook viera com o Windows já instalado. Perceberam? O problema era, se me permitem dizê-lo, metonímico: tão acostumado ao “combo” Windows+Word, meu amigo tomava a parte pelo todo e acreditava piamente que ambos eram a mesma coisa.

Esclareçamos então esse tipo de confusão de uma vez por todas, com outra figura de linguagem, a metáfora: o Windows é como uma garrafa de suco de tomate: é até gostoso puro, mas para ficar bom mesmo você tem que acrescentar gelo, pimenta-do-reino, sal de aipo, molho inglês, limão e vodca. O Word é a vodca. Não é simples?

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Olha, pior que é bem isso mesmo... Só qu eu não bebo e, portanto, a metáfora me soa estranha...

Fonte:
Geek

sábado, 3 de outubro de 2009

Vinde a mim as pistoleiras

Esse é um roubo. É um post do J. Luis Smith, um dos melhores escritores desconhecidos que conheço, diretamente do seu blog, Just Wrapped up in Books. Não reflete exatamente a opinião deste que vos fala, mas ele conseguiu provar um ponto, e deu o que pensar...


Eu nunca entendi direito essa coisa de “relacionamentos por interesse”. Uma das razões é porque literalmente falando o conceito não faz sentido, afinal, ninguém começa um relacionamento sem que haja algum tipo de interesse. A pessoa pode, é claro, despertar interesse por ser bonita, por ser inteligente, por ser engraçada, por ser sensual, por saber imitar o Quagmire do Family Guy, por conseguir construir um forte apache em escala real usando peças de Lego ou mesmo por ter grandes quantias de dinheiro em sua conta bancária, mas isso não altera o conceito de que um relacionamento que comece por qualquer uma dessas razões vai ter começado evidentemente por “interesse”.

Entendido que todo relacionamento, de toda natureza, começa por algum tipo de interesse, vamos falar do tipo de interesse que mais provoca reações negativas e críticas por parte da tradicional família brasileira: o relacionamento por interesse financeiro (ainda que se você chegar em casa com uma garota que imite o Quagmire seus pais podem não te dar o suporte que você gostaria). Por que se critica uma relação em que uma das partes se sentiu atraída pela outra basicamente por causa de uma situação financeira mais favorável? Porque se considera que ali existe uma questão moral relacionada ao fato de que um relacionamento “honesto” deveria surgir baseado em premissas e exigências diferentes destas e que a condição financeira não pode ser o principal critério para a escolha de um parceiro. Mas por que? Afinal, todos nós temos nossos critérios básicos, as premissas essenciais que nos levam a nos interessar por uma pessoa e não por outra, a investir em um relacionamento e não em outro. Você pode considerar indispensável que ela seja muito inteligente, ela pode considerar essencial que você goste de viajar, ele pode considerar condição sine qua non estar com alguém que saiba quais são as capitais de todos os estados norte-americanos. Isso pode ser realmente criticado?

Os critérios são um direito pessoal de cada um, uma forma de projetar e refinar sua busca por “alguém”. Ok, uma garota que quer um cara com dinheiro é uma “pistoleira” e portanto desonesta. Bem, eu não consigo me imaginar com uma garota sem senso de humor, isso me torna, sei lá, “humoristicamente interesseiro”? O fato de você querer ficar com um cara lindo ao invés de um cara feio te tornaria “esteticamente interesseira” então? Ou eu apenas sou um cara que preza pela característica “x”, você uma pessoa que preza pela característica “y” e a “pistoleira” aí de cima alguém que preza pela característica “z”? Mas bem, desses critérios apenas dois são considerados “legais” e o outro não. Afinal, quando você já viu alguém ser criticado por querer ficar com uma pessoa bonita?

Eu faço questão de uma garota engraçada por que? Porque eu acho que uma coisa que vai pesar muito, dentro do meu temperamento e das minhas escolhas de vida, é alguém com a capacidade de entender meu humor e viver no mesmo nível de seriedade que eu (o chamado “nível pré-Bozo”). Você quer um cara que você ache lindo porque preza a atração que você vai sentir por aquela pessoa e porque não quer ter colocar um saco de mercado na cabeça do seu namorado quando for sair (essas coisas sufocam mesmo, true story) e ela quer um cara com dinheiro porque ela preza a situação financeira e o conforto que isso pode oferecer acima de todos os outros critérios. Mas é com isso e apenas com isso que estamos lidando: critérios. E cada um escolhe seu caminho pra tomar as próprias escolhas baseadas nos próprios critérios.

Estou aqui defendendo as mulheres (e homens) consideradas interesseira(o)s? Não, eu sou romântico demais e ainda não ganho o bastante pra isso, mas apenas acho que uma pessoa deve ter o direito de decidir o que considera essencial numa relação sem que isso resulte necessariamente num julgamento moral, não? Por mais romântico que se seja não se pode culpar alguém por achar que na vida um parceiro que pode oferecer conforto financeiro é mais importante do que um que pode oferecer conforto emocional. Ou isso ou eu estou apenas tentando já me salvaguardar por caso desse lance de musculação funcionar muito bem e eu largar o emprego pra me casar com uma velhinha rica.

P.S: Este texto é apenas uma teorização sobre o tema, não representando a opinião do autor sobre o assunto em questão.
P.P.S: O autor gosta de falar de si mesmo na terceira pessoa.